EMPREGO

Em 6 meses, município pernambucano registra apenas uma contratação de emprego

No Sertão do São Francisco, Carnaubeira da Penha, também se destaca por não contar com demissões no primeiro semestre de 2022

Max Augusto
Max Augusto
Publicado em 16/08/2022 às 12:07
Notícia
Foto: Agência Brasil
O governo afirma que está revisitando todo o acervo trabalhista para facilitar a vida dos empregadores. - FOTO: Foto: Agência Brasil

Agreste, Sertão, São Francisco e Mata Pernambucana têm algo em comum. Em cada uma dessas quatro regiões do Estado, existe pelo menos um município onde ninguém foi contratado em ao menos um dos 6 primeiros meses de 2022.

Segundo levantamento da Rádio Jornal, com base em dados do Novo CAGED, 34 localidades de Pernambuco compõem esse quadro de baixa movimentação empregatícia.

Fenômeno ligado a fatores que transcendem localização do município, quantidade de habitantes e até mesmo o foco de produção da cidade, como explica a economista pela UFPE e coordenadora de políticas públicas do Livres, Deborah Bizarria. 

"Eu destacaria educação, pois pessoas com poucos anos de escolaridade ou que frequentaram bem a escola mas que não tiveram educação de qualidade tem dificuldade de ingressar no mercado de trabalho formal. Outra questão é a regulação dos municípios (...) e, se tratando de municípios do interior, a pouca integração com o resto de outras cidades dificulta no escoamento de produtos", analisa a economista.

No sertão do São Francisco, Carnaubeira da Penha se destaca, até o momento, por contar apenas com uma contratação em maio de 2022. Em contrapartida, ninguém foi demitido no município, no primeiro semestre deste ano. Feito que quase se iguala ao do município de Solidão, no Sertão do Estado, que em 2020 não precisou dar baixas em carteiras de trabalho. Também em 2020, Casinhas, no Agreste, não teve registro de admissões. Situação que, desde então, não se repetiu no Estado.

Dinâmica de contratações e desligamentos que perpassa pelo debate sobre a alteração nas relações entre patrão e funcionário com o advento da Reforma Trabalhista, que passou a valer em 2017. Contudo, na avaliação do advogado e consultor trabalhista, Marcos Alencar, o fenômeno de zero contratações e zero desligamentos passa longe das mudanças na CLT.

"A reforma trabalhista, em nenhum momento, permite a contratação de trabalhador como empregado burlando a CLT. O que pode estar acontecendo é a prática de contratações ilegais sem o devido registro, por uma falta de fiscalização", pontua Alencar.

 

 

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