Após oito anos, a Justiça do Estado de Pernambuco determinou que o time do Santa Cruz e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pagassem uma indenização milionária para a família do torcedor do Sport Paulo Ricardo Gomes da Silva.
O crime ocorreu em 2014, quando o torcedor foi alvejado com um vaso sanitário no Arruda, depois de assistir um jogo do Paraná e Santa Cruz.
O caso chocou Pernambuco e o Brasil, em 2014.
O valor ficou em R$ 1,2 milhão, além de uma pensão, será paga a Joelma Valdevino da Silva e José Paulo Gomes da Silva, pais da vítima. A indenização inicialmente era de R$ 500 mil. A família pediu cerca de R$ 4 milhões.
O caso foi relatado pelo desembargador Fernando Martins, no TJPE.
A primeira sentença havia sido dada ainda em 2016. A segunda instância, somente neste ano.
"Considero que a pena foi leve, considerando o poderio econômico da entidade futebolística. Em onze anos, morreram mais de 157 pessoas nos estádios brasileiros de futebol e trata-se tudo como normal. Em 2014, a CBF faturava R$ 450 milhões. Dez anos depois, já era R$ 900 milhões. Um diretor da CBF tem salário de R$ 2 milhões por ano", comenta o advogado Nicolas Coelho, ao Blog de Jamildo.
Briga pode continuar
A CBF e o Santa Cruz, caso não desejem encerrar o caso, podem questionar a decisão e entrar com embargos, no STJ.
No processo, a entidade defendeu que a culpa era do torcedor que morreu. Ele estava no local errado, na hora errada. O advogado Nicolas Coelho conta que jamais a família foi procurada pela entidade.
O suspeito que jogou o vaso sanitário do alto das arquibancadas do Santa Cruz foi preso. Houve uma briga de torcidas na saída do estádio.
No processo, ele explicou que "achou que o jovem morto era uma outra pessoa que teria dado uma surra nele".
"A CBF tolerava esta situação e incentivava, colocando ingressos à disposição das torcidas organizadas. O presidente do Santa Cruz também aparece, nos autos, ao lado de líderes da torcida organizada", afirma Nicolas Coelho.