SAÚDE

RETROSPECTIVA 2022: Os principais acontecimentos da Saúde em Pernambuco, no Brasil e no Mundo

O ano foi marcado por epidemias, em meio à pandemia, mas contou com avanços na ciência

Rádio Jornal
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Publicado em 27/12/2022 às 16:03 | Atualizado em 27/12/2022 às 16:14
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FILIPE JORDÃO/ACERVO JC IMAGEM
A luta contra a covid-19 não parou - FOTO: FILIPE JORDÃO/ACERVO JC IMAGEM

Os desafios na área da saúde não foram poucos em 2022. O ano começou com Pernambuco vivendo uma epidemia da gripe H3N2 em meio à pandemia da covid-19. No dia 6 de janeiro, a situação provocada pela influenza já era pior que a 1ª onda da covid-19, em volume de infecções, segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco. E complicou: o estado passou a registrar casos de ‘flurona’.

No dia 7, a ciência brasileira deu um grande passo: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, aprovou insumo para o Brasil ter uma vacina 100% nacional, com todas as etapas de produção realizadas no país. Já em Pernambuco, o governo anuncia a identificação de mais uma ameaça: a variante Ômicron.

No dia 14, recebemos um sopro de esperança: após atraso, vacinas contra covid-19 para crianças chegam a Pernambuco. E, no mesmo dia, a primeira criança foi vacinada no Brasil: um indígena de oito anos de idade. Em Pernambuco, a vacinação começou no dia 15 de janeiro.

Mas, no dia 27, Pernambuco precisou prorrogar medidas contra a covid-19 até o dia 15 do mês seguinte. E, no dia 8 de fevereiro, com a Ômicron em aceleração, o Governo do Estado anuncia a proibição de todo tipo de festa no período correspondente ao Carnaval. Ainda no dia 8, 26 alunos de uma escola estadual em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, sofreram uma crise de ansiedade coletiva, alertando para cuidados com a saúde mental.

No dia 14 de fevereiro, as medidas contra a covid-19 começam a fazer efeito no estado, e a positividade para a doença apresenta queda.

Em março, surge um novo medo: o mundo passa a temer a volta da poliomielite. A doença ressurgiu em Israel e também teve uma nova cepa descoberta no Malaui, sudeste da África.

E a luta contra o coronavírus não parava: no dia 15, Pernambuco passou a exigir 3ª dose para todas as pessoas a partir de 18 anos. No dia 19 o Brasil chegou a 74% da população com vacinação completa contra a covid-19. No dia 25, Pernambuco começou a aplicar a quarta dose contra a covid-19 em idosos a partir de 65 anos.


Ouça a RETROSPECTIVA 2022, com a repórter Betânia Ribeiro:

 

E abril chegou com uma nova linhagem, já confirmando a transmissão comunitária da subvariante BA.2 da Ômicron. A imunização dos pernambucanos ganhou reforço: o estado iniciou campanhas de vacinação contra gripe e sarampo.

E boas notícias começaram a chegar: no dia 7, o Hospital de Câncer de Pernambuco anunciou que havia realizado uma cirurgia inédita no Brasil em paciente que teve a perna amputada após câncer ósseo.

No dia 19, o uso da máscara em Pernambuco passou a ser obrigatório apenas nos serviços de saúde, nas farmácias e nos transportes coletivos.

No dia 23, uma notícia deixa o mundo em alerta: um novo surto de ebola atinge a República Democrática do Congo.

O mês de maio começou em Pernambuco com caos em hospitais públicos. No Hospital da Restauração, parte do teto desabou, mas a situação dos hospitais Barão de Lucena e Agamenon Magalhães também eram complicadas. Como medida para desafogar o HR, o governo Paulo Câmara cria um novo hospital de neurologia e contratualiza 52 leitos em unidades de saúde.

E mais uma enfermidade assusta os pernambucanos: hepatite misteriosa, doença grave e com causa desconhecida. Internada no Imip, uma menina de 3 anos era o terceiro caso notificado no estado.

Em 18 de maio, com explosão de infecções respiratórias na infância, Pernambuco ultrapassou 100 crianças em fila por leitos em hospitais públicos.  E, no dia 20, a varíola dos macacos chamou a atenção de todo o mundo: um brasileiro foi o 1º diagnosticado com a doença na Alemanha. Crises coletivas de ansiedade voltam a ser registradas em alunos de escolas públicas de Pernambuco.

No dia 27, enfim, o Ministério da Saúde ampliou a dose de reforço contra a covid-19 para adolescentes, de 12 a 17 anos, preferencialmente com a vacina da Pfizer. Para os adultos, Pernambuco ampliou quarta dose para pessoas a partir de 55 anos. Finalmente, o estado era um dos sete sem tendência de aumento no número de casos graves da covid no Brasil, informava a Fiocruz.

Mas o alívio durou pouco: o coronavírus voltou a avançar no Brasil, e, no Recife, o número de casos mais que dobrou em duas semanas. No dia 20, o Ministério da Saúde anuncia quarta dose vacina para maiores de 40 anos. O novo público começa a receber a vacina no Recife já no dia seguinte.

No dia 24, 84% dos leitos públicos de UTI em Pernambuco estavam ocupados com pacientes de Síndrome Respiratória Aguda Grave.

Julho chega com novas preocupações para os pernambucanos. No dia 05, o estado registra o primeiro caso suspeito de varíola dos macacos: um morador de São Paulo que visitava parentes no Grande Recife.

Em paralelo, os problemas na estrutura do Hospital da Restauração continuam sendo assunto. No dia 06, duas alas da enfermagem da unidade sofrem interdição ética pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco.

Por outro lado, o mundo comemora um possível avanço da ciência. Na Inglaterra, um estudo preliminar de vacina contra câncer apresenta resultados promissores.

No Brasil, a declaração de uma celebridade acende as discussões sobre a endometriose e a importância do diagnóstico adequado da doença. Anitta revela nas redes sociais que descobriu o problema depois de anos de sofrimento.

Voltando para Pernambuco, no dia 12, a Secretaria Estadual da Saúde confirma o primeiro caso de varíola dos macacos e segue com outros três em investigação.

No dia 15, a Organização Mundial da Saúde divulga que, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos, em todo o mundo. A queda nas imunizações apresenta consequências visíveis: no dia 21, os Estados Unidos confirmam o primeiro caso de poliomielite em quase uma década.

Enquanto isso, cresce a preocupação com a varíola dos macacos. Com a doença chegando a 70 países, no dia 23, a OMS reconhece o problema como uma emergência global de saúde.

Em Pernambuco, o mosquito aedes aegypti também causa estragos.  Bebê e idosa centenária morrem vítimas de dengue e chikungunya, e sobe para cinco o número de óbitos confirmados por arboviroses no ano, no estado.

No fim de julho, o Brasil registra os primeiros casos de varíola dos macacos notificados em crianças, e o Ministério da Saúde confirma a primeira morte pela doença no país: um homem de 41 anos com comorbidades.

Agosto chega em clima de vitória para profissionais da saúde. É sancionada lei que fixa pisos salariais para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, e parteiras em todo o Brasil.

Diante da baixa cobertura vacinal no país, o Brasil lança campanhas nacionais de vacinação contra a poliomielite e de atualização da caderneta de vacinas de menores de 15 anos.

Em meados de agosto, um alívio na pressão: o boletim InfoGripe Fiocruz indica que o Brasil está no patamar mais baixo de síndrome respiratória desde o início da pandemia.

Logo no primeiro dia de setembro, a Secretaria de Saúde de Pernambuco confirma a transmissão comunitária da varíola dos macacos no estado.

No campo das leis, uma polêmica: Bolsonaro sanciona lei que dispensa autorização do cônjuge para laqueadura e vasectomia. E, após votação em plenário virtual, o STF decidiu, no dia 15, manter a suspensão da lei que estabelece piso dos enfermeiros.

Outubro traz um avanço no combate à varíola dos macacos no Brasil. No dia 07, o país recebe as primeiras doses de vacina contra a doença. Mas, no dia 15, é registrada a sétima morte brasileira pelo vírus.

Logo no início de novembro, a Fiocruz confirma a presença de mais uma subvariante da Ômicron no Brasil. A circulação local da cepa BQ.1 foi identificada na cidade do Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, o número de testes com resultado positivo para covid-19 começa a crescer de forma expressiva em Pernambuco e no país. A nova onda da pandemia já se alastrava pelos Estados Unidos, China e vários países da Europa.

No dia 10, Pernambuco anuncia a liberação da vacina Pfizer Baby para crianças de 6 meses a 2 anos de idade com comorbidades. No dia 16, a Organização Pan-Americana da Saúde alerta para o aumento no número de casos de covid-19, influenza e vírus sincicial respiratório nas américas, representando uma ameaça tripla.

E continuam os sinais de que a pandemia não acabou. No dia 20, a China anuncia a primeira morte por covid-19 em quase seis meses, enquanto medidas restritivas são impostas no país para prevenir novos surtos. No dia 21, Pernambuco anuncia liberação da quinta dose da vacina contra a covid para pessoas com 80 anos ou mais. No mesmo dia, a Anvisa aprova a venda do medicamento Paxlovid, usado no tratamento contra a infecção pelo coronavírus.

No dia 23, um avanço na assistência à população feminina de baixa renda: o Ministério da Saúde institui incentivo financeiro para programa de distribuição de absorventes pelo SUS, regulamentando uma lei promulgada cerca de oito meses antes.

Dezembro começa com esperança para crianças com Atrofia Muscular Espinhal, a AME. O Ministério da Saúde anuncia, no dia 03, que o Zolgensma, considerado o medicamento mais caro do mundo, fará parte dos remédios oferecidos pelo SUS.

E as semanas finais do ano trazem boas perspectivas para o futuro. Depois de muita luta da categoria e entidades apoiadoras, a Câmara dos Deputados aprova PEC que garante os recursos para o pagamento do piso salarial da enfermagem. Em Pernambuco, o governo institui a carteira de identificação da pessoa com transtorno do espectro autista, oferecendo prioridade a essa população no acesso a serviços públicos. A Organização Mundial da Saúde, enfim, declara a expectativa de que a covid-19 e a varíola dos macacos deixem de ser emergências de saúde pública em 2023, já que as fases mais perigosas de ambas as doenças ficaram para trás.

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