VISÃO

Lente com FILTRO AZUL vale a pena mesmo? Estudo mostra que elas não trazem benefícios para a visão

Estudos mostraram que as lentes com filtro de luz azul não são capazes de combater a fadiga ocular e problemas de sono, como se acreditava

Thiago Freire
Thiago Freire
Publicado em 18/08/2023 às 11:35 | Atualizado em 18/08/2023 às 15:23
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Lente com filtro de luz azul - FOTO: Freepik

Uma revisão de 17 estudos científicos mostrou que lentes com filtro de luz azul usadas em óculos não são eficazes para prevenir fadiga ocular ou problemas de sono, como supostamente seriam.

A revisão foi feita pela professora de optometria Laura Downie, da Universidade de Melbourne, na Austrália, que diz que as pessoas devem "considerar essas descobertas ao decidir comprar esses óculos", que geralmente são mais caros.

AUMENTO DO USO DE LENTES COM FILTRO AZUL

Um estudo australiano mostrou que em 2018 cerca 75% dos oftalmologistas prescreveram essas lentes com a promessa de melhorias na visão dos pacientes.

As lentes com filtro de luz azul ganharam popularidade com o aumento do uso de telas de dispositivos móveis pela sociedade, como smartphones e computadores.

LENTES COM FILTRO AZUL VALEM A PENA?

Entre os problemas que isso supostamente trouxe, estão a fadiga ocular e problemas de sono, que seria prejudicado pela exposição à luz azul antes de dormir.

Mas a pesquisadora de patologia visual da Universidade de Salamanca, Conchi Lillo, autora do livro “Open your eyes”, diz que os olhos só recebem um milésimo de luz azul proveniente de fontes artificiais, como as telas, em comparação com o que é recebido da luz solar.

Além disso, Lillo afirma que as lentes de filtro azul só conseguem filtrar entre 10% e 25% da luz azul. Ou seja, a maior parte não é bloqueada.

PROBLEMAS DE VISÃO

Lillo explica que problemas de fadiga ocular causados pelo uso de telas não ocorrem por conta da luz azul, mas porque passamos muito tempo com os olhos abertos, focados nos dispositivos.

“Isso pode ser resolvido descansando os olhos por 20 segundos a cada 20 minutos”, explicou a professora.

As informações são do El País.

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