EDUCAÇÃO E ECONOMIA

Mensalidades de colégios particulares terá aumento médio de 9% em 2024

Site especializado prevê aumento, com base em pesquisa feita com escolas de todas as regiões do país

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Gabriel dos Santos

Publicado em 25/09/2023 às 10:34 | Atualizado em 25/09/2023 às 10:39
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Pais de alunos matriculados em colégios particulares, preparem-se para um aumento significativo nas mensalidades de 2024.

De acordo com levantamento feito pelo site Melhor Escola, o valor da mensalidade sofrerá reajuste médio de 9% em comparação com este ano de 2023.

A pesquisa do Melhor Escola ouviu 979 instituições privadas de ensino em quase todos os estados do Brasil, com exceção de Roraima e Tocantins.

Maior e menor aumento

Os 9%, como ditos, são o aumento médio. Em resposta aos pesquisadores, há escolas com reajustes bem maiores - chegando a 35% de elevação no valor, com relação à mensalidade de 2023.

Algumas escolas informaram que manterão, em 2024, o mesmo valor praticado neste ano.

“Apesar de causar estranheza o reajuste ser maior que a inflação, isso é natural, por conta da lógica do reajuste, que prevê tanto o reajuste inflacionário quanto o nível de investimento que escola fez ao longo do ano”, explica o sócio-fundador do Melhor Escola, Sergio Andrade, em entrevista à Agência Brasil.

“Estamos saindo de um evento disruptivo, que foi a pandemia. É natural que o nível de investimento varie mais do que em um contexto mais estável de mercado”, acrescenta.

Os reajustes acomodam, além da inflação, acordos com sindicatos de professores e outros profissionais envolvidos no trabalho das escolas.

“Importante esclarecer ao público que não tem nenhum número mágico. Cada escola tem identidade própria, cada uma tem estrutura funcionando de maneira diferente da outra. Algumas ocupam espaços físicos alugados, outras, próprios. Espaços maiores ou menores. O número de salas de aula e de alunos são diferentes, os equipamentos são diferentes, portanto, os custos operacionais são diferentes”, explica o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Antônio Eugênio Cunha.

“Cada escola tem um plano, porque a gente sempre trabalha olhando a sustentabilidade do negócio e o atendimento às famílias. As escolas oferecem planos diferentes, tem escola que divide em 13 parcelas, tem escola que se tem mais de um familiar matriculado, dá desconto, tem a que dá desconto para grupo de famílias, cada uma tem estratégia. É natural que o pai do aluno vá à escola, converse com os diretores para que possam entender o processo e como podem alcançar algum benefício”.

DIREITO DO CONSUMIDOR

Segundo especialistas, em caso de considerarem o aumento abusivo, os pais dos alunos podem contestar o reajuste.

“As escolas particulares e as faculdades têm que justificar o reajuste, têm que apresentar publicamente para o aluno e para a comunidade escolar uma planilha com o aumento da despesa. Não pode reajustar para ter mais lucro, tem que mostrar que teve aumento proporcional a despesa”, disse o diretor de Relações Institucionais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Igor Britto.

O ideal, afirma o especialista, é que a contestação seja realizada de maneira amigável. “Caso sejam lesados, podem procurar o Procon. Já há no Brasil todo uma rotina de notificar a escola ou faculdade a apresentar sua planilha que, por lei, são obrigadas a apresentar”.

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