Debate da Super Manhã: reitores de universidades federais lutam por recomposição orçamentária
Nesta quarta-feira (30), o Debate da Super Manhã recebeu os reitores das universidades federais de Pernambuco para debater o déficit orçamentário

Diante dos cortes de recursos para as universidades federais previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício de 2025, os reitores das instituições federais em Pernambuco se mobilizam para reivindicar a recomposição orçamentária de R$ 2,5 bilhões para as universidades federais no Estado.
O Debate da Super Manhã, da Rádio Jornal, recebeu os reitores de instituições públicas no Estado: Maria José de Sena, reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); Airon Melo, reitor da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE); Francisco Alves Pinheiro, pró-reitor de gestão e orçamento da Universidade Federal do Vale de São Francisco (Univasf); Alfredo Gomes, reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Orçamento para a educação
A Lei Orçamentária Anual (LOA) para o ano de 2025 foi aprovada no final do mês de março. A aprovação de R$ 167 bilhões para a educação, dos quais R$ 6,57 bilhões deverão ser destinados às universidades federais, provocou insatisfação entre os profissionais das instituições.
“Para vocês terem uma ideia, no ano passado, o total de emendas foi de R$ 46 bilhões; este ano subiu para R$ 50,4 bilhões que estão na mão do Congresso e o governo não tem acesso. Nosso déficit hoje é em torno de 23%. Não estamos pedindo nada demais, apenas uma recomposição que nos dê condições de atender nossos discentes, que são a parte mais fraca”, destaca Airon Melo, reitor da UFAPE.
Além do déficit orçamentário, também há a falta de ajuste pela inflação nos repasses às instituições.
“Se hoje os orçamentos das universidades fossem reajustados pelo IPC, hoje nós precisaríamos de 148 milhões de reais para manter a universidade. Estamos com 74,6 milhões de reais. Menos do que a metade”, detalha Maria José de Sena reitora da UFRPE.
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Corte ao longo dos anos
Em 2014, o orçamento das universidades federais era de R$ 8,1 bilhões, e para 2025 está previsto um valor inferior a R$ 6,57 bilhões. Esses valores, com mais de uma década de distância, demonstram a defasagem orçamentária que as universidades federais têm enfrentado.
“Em 2014 recebemos R$ 62 milhões. Em 2025 vamos receber R$ 49 milhões, R$ 13 milhões a menos. Nosso déficit orçamentário hoje é de R$ 14 milhões. Se estivéssemos recebendo nominalmente o que recebemos em 2014, não teríamos déficit”, declarou Francisco Alves Pinheiro, pró-reitor de Gestão e Orçamento da Univasf.
Recomposição
A reivindicação dos reitores das universidades federais brasileiras é pela recomposição de R$ 2,5 bilhões no orçamento. O reitor da UFPE, Alfredo Gomes, encerra com um apelo.
“A universidade não é uma instituição de governo; ela pertence ao Estado, ao povo. Independentemente do governo, nós, reitores, vamos lutar pela recomposição e pelo melhor para as nossas universidades”.