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Três quartos da população com mais de 10 anos possui um celular

A agência da ONU pede a todos os países que garantam acesso facilitado à banda larga

Nathália Macêdo
Nathália Macêdo
Publicado em 09/12/2022 às 16:42
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Tecnologia baseada em Inteligência Artificial tem objetivo de impedir que adultos entrem em contato com usuários jovens que eles não conhecem - FOTO: Pixabay
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Da AFP

Cerca de 75% da população mundial com mais de 10 anos de idade possui um telefone celular em 2022, embora um terço das pessoas ainda não esteja conectada à Internet – informou a ONU na quarta-feira (30).

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"Os telefones celulares são a porta de entrada mais comum para usar a Internet, e a porcentagem de propriedade serve como um indicador de disponibilidade e de acesso à rede", comentou a União Internacional de Telecomunicações (UIT) em seu relatório anual sobre conectividade global.

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Isso acontece através da tecnologia Ultra Wideband (UWB), que está presente no chip U1 da Apple - REPRODUÇÃO/PIXABAY

O estudo "Facts and Figures 2022" ("Fatos e Números 2022") destaca que possuir um telefone celular não significa ter acesso à Internet, especialmente em economias de baixa renda, onde o custo dos serviços de banda larga ainda é muito alto.

Segundo dados levantados pela UIT, 95% das pessoas que vivem em países ricos possuem telefone celular, enquanto em países pobres esse índice cai para 49%.

"Escuridão digital"

A pandemia da covid-19 e seus confinamentos forçaram centenas de milhões de pessoas a trabalhar, ou estudar, on-line, o que fez a conectividade deslanchar.

O relatório destaca que o acesso à Internet continua crescendo, mas menos rapidamente.

Hoje, estima-se que 5,3 bilhões de pessoas, 66% da população mundial, usem a Internet. Quase todo mundo que não está conectado à rede vive nos países mais pobres.

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Ofertas de cabos USB para celulares no RioMar Online. - REPRODUÇÃO.

A porcentagem de pessoas que usam a Internet não parou de aumentar nos últimos anos e teve uma forte "alta" em 2020, disse Thierry Geiger, economista-chefe da UIT, à AFP.

Mas ainda há um longo caminho a percorrer, porque "muitas pessoas continuam a viver na escuridão digital", destaca Doreen Bogdan-Martin, que no início de 2023 se tornará a primeira mulher a liderar essa agência.

"O acesso à Internet está aumentando, mas não com a velocidade e a equidade necessárias em todo mundo", acrescentou em um comunicado sobre o relatório.

Custo

Uma medida de referência do acesso à Internet é o preço médio dos serviços de banda larga móvel, muitas vezes mais baratos do que o acesso fixo e que permitem aos utilizadores acesso à rede a partir de um smartphone.

O preço caiu de 1,9% para 1,5% da renda nacional bruta média per capita em 2022. Ainda assim, seu custo continua sendo alto demais para o consumidor médio na maioria das economias de baixa renda.

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NE10 - NE10

Um plano básico de dados móveis nesses países custa em média 9% da renda média, destaca o estudo.

A porcentagem ainda é muito superior ao custo de serviços semelhantes em países de renda mais alta, alerta a UIT.

A agência da ONU pede a todos os países que garantam acesso facilitado à banda larga, o qual define como um custo inferior a 2% da renda nacional bruta mensal per capita.

"Temos que continuar trabalhando para tornar a Internet cada vez mais acessível, mesmo com a desaceleração global da economia que piora as perspectivas para muitos países", disse o secretário-geral da UIT, Houlin Zhao, em um comunicado.

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WhatsApp - Reprodução/Pixabay

O economista Thierry Geiger enfatiza que, embora o custo da conectividade continue caindo, o aumento dos preços das necessidades básicas pode forçar muitas pessoas a ficarem offline.

O acesso à Internet é cada vez mais considerado um serviço fundamental, mas "a comida prevalece sempre", recordou.

Desigualdade

A diferença numérica entre ricos e pobres também inclui uma diferença de gênero.

Embora as mulheres representem quase metade da população mundial, há 259 milhões a menos de mulheres do que homens com acesso à Internet.

Apenas 63% das mulheres usam a Internet em 2022, em comparação com 69% dos homens, indica o relatório.

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