Da AFP
O cofundador e ex-número um da plataforma de negociação de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried, declarou-se inocente, nesta terça-feira (3), da acusação de fraude, nos Estados Unidos.
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O empresário, de 30 anos, libertado sob fiança, depôs em um tribunal federal de Manhattan perante o juiz Lewis Kaplan.
Defesa
Durante a audiência, o trader e empresário se manteve em silêncio e deixou que seu advogado, Mark Cohen, falasse em seu nome. Sua estratégia difere da de Gary Wang, ex-diretor da FTX, que se declarou culpado no mês passado e colabora com as autoridades, assim como a ex-CEO da Alameda Research Caroline Ellison.
Sam Bankman-Fried, fundador da bolsa FTX.
Caso
A FTX e sua empresa de investimentos Alameda Research faliram em 2022. O negócio chegou a ser avaliado em 32 bilhões de dólares.
Bankman-Fried é suspeito de ter usado, juntamente com colaboradores, recursos depositados na plataforma por clientes para realizar operações especulativas por meio da Alameda Research.
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O empresário também é suspeito de ter investido parte desse dinheiro em imóveis nas Bahamas e de ter feito doações a políticos democratas - sempre com recursos de clientes -, incluindo Joe Biden, durante a campanha presidencial.
O empresário responde por oito acusações, entre elas conspiração, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e violações da lei de financiamento eleitoral.
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Bankman-Fried declarou-se inocente das oito acusações, cinco das quais acarretam uma pena máxima de 20 anos de prisão cada uma.
Julgamento
O juiz Kaplan estabeleceu 2 de outubro como data provisória para o início do julgamento do empresário. A representante da promotoria federal de Manhattan, Danielle Sassoon, estimou que o processo levaria quatro semanas, enquanto os advogados de defesa falaram em duas a três semanas. O juiz não se pronunciou sobre este ponto.
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Bankman-Fried foi libertado mediante o pagamento de uma fiança de US$ 250 milhões no mês passado, após ser extraditado das Bahamas, sede da FTX.
O empresário afirmou recentemente que lhe restavam apenas 100 mil dólares no banco, e terá que morar na casa de seus pais em Palo Alto, Califórnia, sujeito a monitoramento eletrônico.
A promotoria indicou nesta terça-feira que o número de afetados pode superar 1 milhão de pessoas.
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