
Nesta terça-feira, a informação de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) usava o aplicativo FirstMile para espionagem de 10 mil brasileiros a cada 12 meses durante o governo Bolsonaro repercutiu nas redes.
A plataforma tem origem israelense e chegou no governo de Temer. O principal uso do app era o monitoramento da localização dos cidadãos, contudo sem qualquer protocolo oficial, de acordo com relatos revelados pelo O Globo.
Como funciona o aplicativo de espionagem?
Desenvolvido pela Cognyte, o aplicativo deu a possibilidade da Abin rastrear localização de aparelhos que utilizam redes 2G, 3G e 5G, faciolitando o rastreamento do paradeiro de uma pessoa a partir do dados transferidos a partir do celular para torres de telecomunicações.
Com o fluxo da utilização desses dados, o "FirstMile" oferecia acesso ao histórico de deslocamento dos usuários e até mesmo um "alerta em tempo real" de movimentação do alvo.
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Para o monitoramento ser efetivado, a agência apenas precisava adicionar o número do contato telefônico desejado no programa e acompanhar a última localização registrada.
Segundo a empresa, o software aberto é alimentado por Inteligência Artificial (IA) e análise preditiva, que tem o objetivo de usar a tecnologia para evitar ameaças à segurança de organizações governamentais e empresarias.
"Incentivamos IA cognitiva e análise para gerar Inteligência Acionável", destaca a Cognyte como missão da empresa.
O uso sem protocolo do FirstMile
Um integrante do alto escalão da Abin confirmou que o sistema era operado na justificativa de um "limbo legal", ou seja, uma vez que o acesso aos metadados de celulares não está expressamente proibido na legislação, a Abin monitorava os usuários a partir da alegação de "segurança de Estado".
Contudo, a ação da agência se configura como uma quebra de sigilo telefônico.
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