Em um século dominado pela ansiedade e a depressão, é cada vez mais comum as pessoas recorrerem ao auxílio de profissionais da área da saúde para conseguirem lidar com os problemas do dia a dia, com as tensões e conflitos ocasionados pelas mais diversas razões. Do sentimento de solidão à imperiosa necessidade de relacionamento. Do intenso desejo de ser aceito ao impulso de promover cancelamentos, a torto e a direito, nas redes sociais. Da busca de consistência nas relações à frustração da descoberta de que, no século XXI, as relações são líquidas e "tudo que é sólido desmancha no ar". Na contemporaneidade, vivemos sob o domínio da Era das Contradições, caracterizada pelo fato de que o que mais queremos é exatamente o que não nos é dado a possibilidade ou o prazer de alcançar. Exceto na forma de uma ilusão ou miragem, quando, numa espécie de vertigem, somos levados a acreditar no admirável mundo novo da Era Digital: onde tudo encontra-se ao alcance do visor e da tecla de um equipamento, seja ele um notebook ou um aparelho celular.Talvez nada disso tivesse importância ou significação, caso as pessoas não tivessem que pagar um preço elevado, em termos emocionais, para manterem-se em pé e se sentirem seguras num mundo construído sob o signo da instabilidade. Mas não apenas! Construído também sob os signos da velocidade e do esgotamento, onde tudo acontece num piscar de olhos e, também num piscar de olhos, logo nos sentimos esgotados com relação ao que mal acabamos de saber, assistir, comentar, curtir e compartilhar. Manter-se emocionalmente saudável na Era das Contradições parece ser o grande desafio dos novos tempos. Este é o assunto da Coluna Psicologia em Movimento, com o psicólogo Sylvio Ferreira.
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