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Psicologia em Movimento: utopias e distopias em tempos de pandemia

O colunista Sylvio Ferreira falou sobre o tema no programa Movimento Cultural

Rádio Jornal
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Publicado em 16/06/2020 às 22:30
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FOTO: Reprodução/Internet

É sabido que o viver implica na busca de sentidos ou de atribuições de juízos para a vida. Por mais diferentes, opostos, antagônicos, paradoxais, que sejam os sentidos procurados e os juízos atribuídos, o que não pode acontecer é alguém viver desprovido de sentidos ou sem atribuições de causalidade aos acontecimentos do mundo ou da vida que o cerca, como se a vida não passasse de um acontecimento estéril e vazio, desprovido de sentidos e significações; como se cada um de nós pudesse submeter-se a viver uma vida nua, desprovida de compreensão e entendimento, significados e atribuições de juízos.

Não obstante, existem sonhos e sonhos, sonhos considerados possíveis e sonhos tidos como irreais. Esses últimos, por serem considerados fora da realidade, apenas um sonho, na forma de desejo, e nada mais. Esses sonhos se tornaram conhecidos como utopia. Ou seja, tudo aquilo com que sonhamos, desejamos, mas não passa de uma fantasia irrealizável, impossível de alcançar. Mas nem por isso deixa de mover a nossa vida na forma de crenças e esperanças de que a vida acontecerá como sonhamos ou desejamos. Sem que assim desejem, as utopias acabam dando lugar para a criação de modos de pensar, agir, e sentir, completamente opostos ou antagônicos. A esses modos de sentir e viver a vida, chamamos de distopia.

Em sentido geral, as distopias confrontam e negam as utopias até então existentes. Não raro esses acontecimentos apontam na direção da construção de um novo mundo. Podendo, este, acontecer ou não. Todavia, uma coisa é certa, as distopias em geral, surgem em épocas de grandes mudanças, ameaças e crises: como a que ora o mundo atravessa, a partir da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus.

Sobre o tema, o apresentador Marcelo Araújo conversou com o psicólogo Sylvio Ferreira no programa Movimento Cultural.

Ouça a coluna na íntegra: