Psicologia em Movimento: A vida como um jogo de perde e ganha

Rádio Jornal
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Publicado em 26/10/2022 às 17:20
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A vida como um jogo de perde e ganha - FOTO: Reprodução/ Pexels

Há quem acredite que não fomos feitos para perder e, por conseguinte, a vida é um jogo onde somente é possível ganhar. Nada mais equivocado do que esse modo de entender a vida, de encará-la e de vivê-la. A vida é um jogo de perde-e-ganha. Muitos teimam em não aceitar essa realidade, chegando ao ponto de desafiar a vida: ao apostar todas as cartas numa única e só cartada. É bem verdade que pode ganhar, como é bem verdade, igualmente, que pode perder. E, em ganhando hoje, não quer dizer que ganhará amanhã. O contrário sendo também verdadeiro. A verdade é que é difícil perder, haja vista que a perda mexe com os nossos brios, diminue a nossa auto-estima, abala a nossa confiança, etc. Mas quando sabemos extrair da vida as lições que a vida ensina, qualquer perda (no âmbito profissional, na esfera amorosa, no campo das relações de amizade, etc.) pode se constituir num extraordinário exercício de aprendizagem e crescimento: intelectivo, emocional, social, dentre outros. Tomando a perda pela dor, a dor ensina. Há até quem acredite que não há crescimento ou elevação ética e/ou moral, bem como espiritual, sem que a dor não se faça presente como estopim para o crescimento. Logo, a vida jamais poderá ser entendida sem ser um jogo de perde-e-ganha. E sem que a perda, qualquer que ela seja, possa ser um elemento catalisador do nosso crescimento, nos mais variados aspectos da vida. É na infância que o jogo da vida com as suas regras fundamentais necessita ser aprendido, mas tal aprendizagem jamais acontecerá se não houver quem ensine a uma criança que jogo é esse, como se joga e quais são as suas regras e limites. Sobre os limites, que fique claro para a criança que a vida não é um vale-tudo. Viver exige regras, normas, valores, princípios, e espírito ético. Sendo este espírito o da solidariedade, do bem comum e da promoção e valorização absoluta da vida, não o da sua destruição ou negação. A vida como competição compulsiva e desenfreada, onde o jogo de perde-e-ganha deixa de ser um elemento organizador e propulsor das nossas vidas, para ser um jogo de destruição e morte, das mais variadas formas, é reduzir a grandeza da vida a uma espécie de jogos mortais da vida real.

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