Psicologia em Movimento: Crendices e Superstições no Futebol

No futebol, as crendices e superstições rolam soltas. Em tempos de Copa do Mundo ou não. Mas pegando gancho na realização da presente Copa no Catar, vamos tomar a Copa do Mundo como sendo o pano de cena da Coluna Psicologia em Movimento, desta noite, deixando outras competições de lado, como sendo o pano de fundo do anunciado tema: Crendices e Superstições no Futebol. Sendo um esporte de massa, o futebol mexe com as emoções e sentimentos daqueles que o fazem e dos que o assistem, de perto ou de longe, pelo mundo afora. Mexe de tal forma, que, mesmo sem nos darmos conta, não deixamos de apelar para o que a antropologia chama de "pensamento mágico": a capacidade de usarmos o pensamento, embalado pela imaginação, e, dessa forma, tentarmos mudar o curso dos acontecimentos fazendo com que o mundo da vida real obedeça aos nossos desejos ou a nossa vontade expressos nos nossos pensamentos. Por exemplo, mentalizar que a cobrança de uma falta irá ser bem sucedida e a Seleção (o mesmo é válido para um clube de futebol) marcará um gol. O pensamento mágico também opera no sentido oposto: é quando acreditamos que as nossas vibrações, na forma de um pensamento contrário, fará com que a Seleção adversária falhe nos seus propósitos. Ou seja, erre na cobrança da falta ou do pênalti. Acreditando no poder e na força do pensamento, do pensamento mágico, enfim, o torcedor vibra cada vez que o seu pensamento se confirma, digamos assim, e volta a vibrar ainda mais quando o resultado foi contrário ao seu pensamento: nessas ocasiões,ele acredita que deveria ter "secado" com mais veemência o adversário. E é o que passa a fazê-lo, em seguida. Assim portanto, não é de espantar que quem torce, ao assistir uma partida, quase nunca é um adulto, mas a criança que um dia fomos e que ainda existe em nós, com as suas crendices, superstições, e formas mágicas de pensamentos. É exatamente sobre esse assunto, Crendices e Superstições no Futebol, que iremos abordar, esta noite, com o psicólogo Sylvio Ferreira, na Coluna Psicologia em Movimento.