Dificilmente há quem não deseje ser respeitado, quer por suas atitudes ou comportamentos, quer por alguma posição ou lugar que ocupe na sociedade. O respeito é bom e faço por merecer, costumam dizer e nos acostumamos a ouvir. Muitas vezes, o respeito exigido é fruto de uma condição hierárquica em função do lugar ou da posição que alguém ocupa: nas relações familiares, por exemplo. As funções de pai e de mãe, como as de avô e avó requerem respeito.
O mesmo acontece em toda e qualquer relação socialmente definida hierarquicamente. Na escola, no emprego, nos quartéis, etc. Tal fato, falo sobre as relações hierárquicas, leva a muitos equívocos. As pessoas, em geral, acham que são elas que se fazem respeitar, mas não que assim se sintam pelo lugar ou posição ocupada na sociedade, de caráter formal ou informal. Tomando-se pelo lugar que ocupam, lugar de respeito, elas costumam estufar o peito, encherem-se de orgulho, se sentirem fortes e poderosas, como se o poder se reduzisse ao tamanho do caráter ou da personalidade que imaginam possuir.
O poder não é sinônimo de respeito, haja vista que quem o possui muito bem pode ser um carrasco, um tirano ou um déspota. Destituídos do poder, ninguém mais os respeita. A linha entre o respeito e o medo é tênue. A maioria das pessoas, numa ponta ou outra da relação hierárquica, infligem medo para ser respeitada, mesmo que de forma disfarçada ou sutil. E funciona! É um respeito precário, mas funciona. Pois, como foi dito antes, sem o poder como arma de amedrontamento, afronta, obediência, subserviência ou bajulação, o respeito desaparece como rolos de fumaça no ar. E logo o medo se transforma em desrespeito, em afronta, ódio ou vingança.
O poder, e o respeito que o acompanha, na forma de respeito, ocasionado pelo medo, não raro muda de lado e gera desapontamento e desilusão em que acha que perdeu o respeito. É sobre esse assunto --- O respeito, o medo, e a obediência --- que iremos abordar na Coluna Psicologia em Movimento, desta noite, com o psicólogo Sylvio Ferreira.
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