De certa feita, o escritor checo Franz Kafka, um dos fundadores da chamada literatura moderna e que ajudou a revolucionar a literatura mundial, autor de um dos livros mais icônicos da literatura universal, "Metamorfose", escreveu o seguinte: "Tive vergonha de mim quando percebi que a vida é uma festa de máscaras e participei com o meu próprio rosto".
É óbvio o desconforto do autor tcheco com a descoberta feita. É também óbvio o desconforto revelado por ele por ter participado do referido baile de máscaras da vida com o seu próprio rosto: o que talvez tenha feito com que ele se sentisse, ao apresentar-se sem máscaras, como se todas as pessoas estivessem vestidas e ele estivesse despido, sem roupa, ou nu.
Por que esse incômodo? Ser autêntico não o que todos mais querem? Não usar máscaras não seria a prova maior de autenticidade, de alguém revelar-se para o mundo como sendo verdadeiramente ele ou ela própria? Como, então, um autor tão autêntico na relação consigo mesmo e com a sua obra é capaz de lamentar-se de não ter descoberto antes que as pessoas usavam máscaras, enquanto ele se apresentava com o rosto nu e cru, enquanto tal. Tais considerações levam o psicólogo Sylvio Ferreira a abordar a questão das chamadas máscaras sociais na Coluna Psicologia em Movimento, desta noite, onde trataremos do assunto.
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