Nos últimos dias, a série "Todo Dia a Mesma Noite" tem chamado bastante atenção nas redes sociais, ao relembrar a tragédia da Boate Kiss ocorrida em 2013 em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Ocorrida em 27 de janeiro de 2013, a tragédia vitimou 242 pessoas e deixou mais 636 feridos, como Kelen Ferreira (foto), primeira vítima a ser retirada do local.

Tudo começou quando Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no local, acendeu um artefato pirotécnico.

As faíscas atingiram uma espuma localizada no teto do local, utilizada para isolamento acústico, o que produziu substâncias tóxicas como o cianeto.

O fogo se alastrou e uma fumaça preta tomou conta do interior da boate. A Boate Kiss tinha capacidade para 690 pessoas, mas cerca de 1300 pessoas estavam no local naquela data.

Por conta da iluminação precária no local, muitas pessoas confundiram o banheiro com a saída, e nos toiletes que a maioria dos corpos foi encontrada.

Além da superlotação, a Boate não dispunha de equipamentos de combate ao fogo ou saídas de emergência suficientes.

Além disso, inicialmente alguns dos seguranças tentaram impedir que pessoas saíssem do local sem pagar.

Em 2021, quatro pessoas foram condenadas a penas entre 18 e 22 anos por conta do incêndio: os sócios da boate Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o auxiliar Luciano Bonilha Leão.

O júri, porém, foi anulado em agosto de 2022, pois a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) acolheu alguns recursos da defesa dos réus.

Há planos para que um memorial seja erquido no local do incêndio. O projeto foi aprovado, mas a Prefeitura de Santa Maria aguarda definições sobre o processo judicial sobre o caso para prosseguir.

Além da série da Netflix, que dramatiza as situações antes, durante e depois do incêndio, está disponível no Globoplay a minissérie documental "Boate Kiss - A Tragédia de Santa Maria".