Veja o que dizem os motoristas que não aderiram ao movimento >>>

Marcada para começar às 4h desta segunda (15), a "Greve da Uber" foi furada por vários motoristas no Recife, que seguem trabalhando nesta manhã.

Por volta das 5h e 6h, equipes de reportagem do NE10 solicitaram viagens. A maioria não teve dificuldades para encontrar motoristas, inclusive com os mesmos preços que sempre encontram na Uber. Confira o que dizem os motoristas:

Um dos motoristas que aceitou uma corrida de R$ 12, às 6h35, disse que não participaria da movimentação e demonstrou falta de conhecimento sobre a ideia dos organizadores da greve. "Parece que a concentração será no Centro de Convenções", disse o trabalhador. Na verdade, não há previsão de carreata, já que o objetivo dos organizadores é apenas que os motoristas desliguem o app, fazendo um "day off".

Outro motorista não falou sobre a greve, mas mencionou que dia de segunda-feira é um dos mais rentáveis para quem trabalha na Uber. Nessa viagem, solicitada às 6h30, a repórter notou um valor mais alto. Normalmente, o trecho custa cerca de R$ 17, mas, hoje, custou R$ 26.

Às 5h30, outro motorista aceitou uma viagem que custou R$ 11. Ele disse que não aderiria à greve por não acreditar nos efeitos do movimento.

Foi pedido ainda um quarto carro. O motorista não quis falar sobre o assunto. A viagem custou R$ 12,99, um valor padrão para o trecho percorrido.

Os organizadores da greve reclamam dos baixos valores repassados pela Uber para os motoristas para cada viagem. Eles reclamam também do alto custo dos combustíveis.

A greve foi convocada por influenciadores digitais e é apoiada pela Federação dos Motoristas por Aplicativo do Brasil. Em Pernambuco, é apoiada pela Associação dos Motoristas e Motofretistas por Aplicativos de Pernambuco.

Na noite do domingo (14), o presidente da AMAPE, Thiago Silva, conhecido como Professor Thiago, enviou texto à imprensa e afirmou: A paralisação está gigante. Entregamos 300 adesivos em menos de 2 horas e grande parte dos motoristas e entregadores já disseram que vão parar e manifestar sua insatisfação através das redes sociais. Uma viagem hoje não paga nem um litro de leite".

"A gente defende a tarifa mínima de R$ 10, para corridas de até três quilômetros além do reajuste do valor repassado ao motorista para R$ 2 por quilômetro rodado. Não é justo as plataformas ficarem com até 60% do valor de uma viagem, banir o motorista injustamente e ainda por cima, colocar no carro uma pessoa que a gente sequer conhece", acrescentou Thiago.

A ideia da organização é de que os motoristas que aderirem à greve devem ficar parados por 24 horas, até às 4h desta terça-feira, dia 16 de maio.