INVESTIGAÇÃO

Operação da Polícia Civil bloqueia bens do prefeito de Camaragibe

Operação Harpalo investiga fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro na prefeitura de Camaragibe

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 26/03/2019 às 18:22
Divulgação/ Prefeitura de Camaragibe
FOTO: Divulgação/ Prefeitura de Camaragibe

A Operação Harpalo da Polícia Civil foi deflagrada nesta terça-feira (26) e investiga fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro na prefeitura de Camaragibe. De acordo com o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dacro), responsável pela investigação, os crimes teriam sido praticados na atual gestão do prefeito Demóstenes Meira, que também é investigado.

Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão no Recife, Jaboatão, Gravata, Natal e Camaragibe. Um deles na sede da prefeitura da cidade. Durante a operação, os policiais apreenderam celulares, computadores, pastas de documentos e até um carro de luxo, que pertence ao prefeito de Camaragibe, avaliado em mais de R$ 100 mil.

A justiça também determinou o bloqueio dos bens do prefeito da cidade e emitiu duas medidas protetivas para que Meira e o assessor técnico, Welmir José Dutra dos Santos, não se aproximem de testemunhas para não atrapalhar as investigações. O afastamento do secretário de obras da cidade, Silvano Jackson Queiroz de Brito Filho, também foi solicitado.

As investigações começaram em dezembro do ano passado, depois que o Tribunal de Contas do Estado identificou irregularidades em contratos de licitações, envolvendo empresas do ramo de construção civil. Estas empresas tiveram as atividades suspensas pela justiça.

De acordo com o delegado Jean Rockfeller, o principal foco da investigação é a atuação do prefeito Demóstenes Meira. E não é de hoje que o prefeito de Camaragibe tem se envolvido em polêmica.

Polêmica do carnaval

Em fevereiro, em um áudio do gestor que circulou nas redes sociais ele obrigava cargos comissionados a comparecerem à um show da noiva dele, Taty Dantas, que também é secretária na cidade.

Após o episódio, uma comissão formada por vereadores da oposição decidiu abrir o processo de impeachment do prefeito Demóstenes, que foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Camaragibe.

De acordo com o vereador e relator do caso, Délio Júnior, o processo está em andamento. Segundo o grupo da oposição, o prefeito estaria usando o cargo público para benefício próprio. De acordo com o relator, Demóstenes tem dez dias para apresentar uma defesa à Câmara de Vereadores da cidade.