MOBILIDADE

Protesto de rodoviários denuncia acúmulo de função dos motoristas

Rodoviários paralisaram as atividades por quase quatro horas nesta quinta-feira (5)

Do JC Online
Do JC Online
Publicado em 05/12/2019 às 14:29
Arnaldo Carvalho/JC Imagem
FOTO: Arnaldo Carvalho/JC Imagem

Após quase quatro horas de protestos, os rodoviários liberaram as vias do centro do Recife. O ato teve início na manhã desta quinta-feira (5) e seguiu até o início da tarde. Essa já é a quinta mobilização realizada pela categoria que denuncia o acúmulo de função dos motoristas, que agora estão responsáveis também por tirar a passagem.

O protesto aconteceu no cruzamento da Avenida Conde da Boa Vista com a Rua da Aurora, na Ponte Duarte Coelho, na Avenida Guararapes, na Rua do Sol e na Ponte Princesa Isabel. Outras manifestações pelo mesmo motivo apontado pelos rodoviários também ocorreram nas últimas semanas no Xambá, em Olinda, Jordão e no Ibura, na Zona Sul do Recife e na Torre, na Zona Oeste.

“As empresas de ônibus estão mentindo, dizendo que estão promovendo os cobradores, mas é mentira. A minoria tem habilitação para dirigir ônibus. Eles estão mentindo para a sociedade e a população não está aceitando. Isso não vai parar enquanto eles não pararem de demitir os cobradores", comentou Aldo Lima, presidente eleito do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco.

Respostas da Urbana e do Grande Recife

Em nota divulgada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), o órgão informou que não houve demissões de cobradores motivadas pela alteração no procedimento de embarque e que os cobradores estão sendo capacitados e aproveitados em outras funções. Confira o pronunciamento na íntegra:

"É inadmissível que a nova diretoria do Sindicato dos Rodoviários insista em prejudicar a mobilidade da população e economia local, impedindo a circulação dos ônibus da Região Metropolitana do Recife. A escolha do grupo, sequer empossado, continua sendo de causar tumulto ao invés do diálogo ou contribuição com soluções. O que só reforça que se trata de uma ação com motivações políticas e pessoais, e que, novamente, ocorre sob a falsa alegação de demissões de cobradores.

A Urbana-PE reitera que não houve demissões de cobradores motivadas pela alteração no procedimento de embarque. Ao contrário, os profissionais estão sendo capacitados e aproveitados em outras funções e que a mudança tem ocorrido com consentimento do órgão gestor, do próprio Sindicato dos Rodoviários, conforme convenção coletiva da categoria, e dos operadores. A Urbana-PE ressalta ainda que os cobradores estão sendo promovidos para diversas funções nas empresas, e não apenas para os cargos de motorista, como sugere a nova diretoria do Sindicato dos Rodoviários."

A Urbana-PE solicita providências do poder público para que atos como esse não voltem a prejudicar toda a sociedade em função de interesses políticos de um grupo que vem se mostrando autoritário e descomprometido com a população."

Já o Grande Recife Consórcio informou que foi surpreendido pelo protesto desta quarta-feira e que, durante o protesto, tem o principal objetivo de minimizar os impactos aos usuários e que, atualmente, 78% dos usuários do Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) utilizam o Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) em seus deslocamentos.

"Este dado, associado a estudos técnicos, demonstra que a bilhetagem eletrônica é uma tendência nacional. Por isso, o Consórcio vem autorizando a substituição dos cobradores por esta nova configuração operacional de cobrança de tarifa nas linhas com baixo número de pagantes em espécie por viagem. Atualmente, são 154 linhas que operam sem cobrador", diz parte do pronunciamento.

O órgão também declarou que as mudanças foram realizadas para melhorar a prestação de serviços e reduzir os subsídios pagos pelo contribuinte.

"É importante enfatizar que a operadora, respeitando as convenções coletivas de trabalho, remaneja e capacita esses profissionais para que executem outras atividades na própria empresa. O Consórcio lembra, ainda, que essas mudanças são realizadas sempre com o objetivo de preservar a modicidade tarifária, melhorar a prestação de serviços e reduzir os subsídios pagos pelo contribuinte", conclui a nota.