CRISE

Pelo Twitter, Mandetta anuncia demissão e não é mais ministro da Saúde

Após discordâncias com o presidente Jair Bolsonaro sobre medidas para enfrentar o coronavírus, Luiz Henrique Mandetta foi demitido

Atualizada às 16h38
Atualizada às 16h38
Publicado em 16/04/2020 às 16:20
Marcelo Camargo/Agência Brasil
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou em sua conta do Twitter que foi demitido do cargo. A informação foi divulgada na tarde desta quinta-feira (16). Após desavenças com relação ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir Luiz Henrique Mandetta (DEM) do cargo.

"Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar", publicou o ministro da Saúde em sua conta do Twitter.

  

Bolsonaro tem diminuído, em diversas ocasiões, o risco da pandemia do novo coronavírus e criticado publicamente as medidas de isolamento defendidas pelas autoridades de saúde do mundo. A postura do presidente choca com a postura defendida por Mandetta.

Mandetta concedeu uma entrevista coletiva sobre a sua saída e aproveitou a oportunidade para agradecer o apoio da equipe durante o tempo em que esteve à frente da pasta. Veja:

Divergências com Bolsonaro

No dia 3 de abril, Jair Bolsonaro chegou a afirmar que faltava “humildade” em Luiz Henrique Mandetta, mas disse que não pretendia demitir o agora ex-ministro da Saúde. “Todo mundo já sabe que a gente está ‘se bicando’ há algum tempo. Eu não pretendo demiti-lo no meio da guerra. Agora, o Mandetta quer fazer muito a vontade dele. Pode ser que ele esteja certo, pode ser, mas está faltando um pouco mais de humildade para ele para conduzir o Brasil neste momento difícil que nos encontramos. Em alguns momentos, ele teria que ouvir um pouco mais o presidente da República”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio Jovem Pan.

Já no dia 5 de abril, Bolsonaro afirmou, sem citar nomes, que "algumas pessoas" do seu governo "de repente viraram estrelas e falam pelos cotovelos" e fez uma ameaça apontando que não teria medo nem "pavor" de usar a caneta contra eles.

Substituição

O oncologista Nelson Teich é o mais cotado para assumir o posto de ministro da Saúde. O anúncio deve ser feito ainda nesta quinta-feira (16). Nesta manhã, ele se reuniu com Bolsonaro e teria causado boa impressão.