É no tatame de uma academia na Zona Norte do Recife que as meninas se destacam no judô. Mariana Silva, de 8 anos, começou a treinar desde cedo, influenciada pela família, e não troca o esporte por nada. "Minha irmã começou a fazer e eu comecei a me inspirar nela. Achei o esporte muito legal e comecei a fazer", disse a pequena lutadora, que fala da satisfação em praticar o esporte, apesar da rotina de treinos puxados: "Eu saio contente e cansada, tudo ao mesmo tempo".
Mesmo sendo minoria nas aulas, que tem meninos ocupando a maior parte no quadro de alunos, as meninas não se intimidam.
Pietra Monteiro, de 9 anos, já ganhou 12 medalhas em competições. Ela defende o esporte livre para meninos e meninas e não liga para o preconceito: "É uma besteira, totalmente fora do normal. Porque, se a pessoa achar isso, está totalmente errada. A menina e o menino podem fazer o que quiserem. Podem fazer natação, podem fazer judô... Então, para mim, tanto faz".
A mãe de Pietra, Gisela Monteiro, diz que não conhecia a modalidade antes de a filha criar interesse: "Para mim foi uma surpresa porque eu não sabia nada sobre o judô, era um mundo que eu desconhecia, o meu marido também, ninguém da minha família nunca fez judô". Segundo Gisela, a família tem passado por um grande aprendizado desde que a menina começou a treinar.
Futsal
Já em uma escola do bairro das Graças, na Zona Oeste do Recife, o Futsal é o esporte preferido delas. As aulas são realizadas duas vezes por semana.
Bruna Veloso, de 12 anos, é uma das mais empolgadas na aula. A garota pretende participar de campeonatos e diz que gosta de ouvir os conselhos do avô, que foi jogador de futebol: "Ele me ensinou muito a chutar na bola, a dominar; aí eu gosto de fazer igual ele fazia".
Luciano Santos, professor das escola onde as meninas treinam, defende que é preciso que os pais incentivem a prática esportiva das filhas: "Os pais têm que incentivar suas filhas à prática de esportes. Qualquer que seja o esporte".