Um médico está sendo investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal. Ele ficou conhecido como "Doutor Peludo", porque postava, no Twitter, vídeos e fotos de relações sexuais que, segundo ele próprio, eram praticadas com pacientes, durante plantões em uma clínica particular.
Na manhã desta quarta-feira (25), o perfil @PeludoAN aparece desativado. "AN" é uma sigla para "Asa Norte", bairro nobre de Brasília. Apesar do perfil ter sido excluído, o portal Metrópoles conseguiu ter acesso à conta antes da desativação.
De acordo com reportagem do Metrópoles, o médico é infectologista, especializado em doenças sexualmente transmissíveis. Ele postava vídeos com outros homens fazendo sexo oral, entre outras práticas sexuais.
A reportagem também apurou que, nos vídeos, Doutor Peludo aparece, com frequência, usando jaleco e estetoscópio. Algumas cenas eram gravadas em ambientes que lembram muito o espaço físico de uma clínica médica, embora não seja possível provar que os vídeos íntimos foram feitos exatamente na clínica onde ele trabalhava.
Trabalhava, no passado, porque a reportagem do Metrópoles entrou em contato com o estabelecimento de saúde, que afirma que o médico não trabalha mais no local. Acredita-se que ele tenha sido demitido, após as imagens terem sido publicadas em veículos de comunicação.
O perfil era mantido de forma pública. Ou seja, qualquer pessoa, de qualquer idade podia ver as imagens. A principio, não há relatos sobre crimes sexuais - uma vez que não há indicativo de que os vídeos eram gravados sem a permissão das outras pessoas que apareciam neles.
O que não se sabe, por enquanto, é se, de fato, os homens que aparecem ao lado do Doutor Peludo são mesmo pacientes ou atores contratados. Nas legendas - muitas delas bastante picantes - o médico também registrava atos sexuais com supostos colegas de trabalho, como um enfermeiro, por exemplo.
Em nota, o CRM-DF disse: “O CRM-DF investigará a denúncia através de uma sindicância. O procedimento correrá em sigilo para verificar se há indícios de infração ética”.
Ouvido pelo Metrópoles, o ativista no combate à disseminação do HIV/Aids, Christiano Ramos, criticou a postura do médico. Em alguns dos vídeos, o médico aparece sem camisinha. Em ao menos um dele, o profissional é gravado bebendo o sêmen de um outro homem.
“Mesmo que seja com consentimento, acho um verdadeiro absurdo essa prática. Primeiro, por estar em ambiente médico, onde a intenção é tratar as patologias. Segundo, porque outros pacientes estarão naquele ambiente logo em seguida. E, por fim, o paciente e quem consome aquele material na internet naturaliza ainda mais o sexo não seguro, o que atrapalha todo o trabalho que fazemos sobre conscientização do ato sexual com proteção”, afirma Christiano Ramos.
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