JUSTIÇA

Beatriz: três anos após assassinato, Polícia não descarta nova perícia

A delegada responsável pelo Caso Beatriz afirma que ainda não existe uma linha de investigação consistente. "Não se trata de um crime qualquer", diz.

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 07/12/2018 às 11:45
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FOTO: Reprodução/ Facebook

Um novo ato do grupo Beatriz Clama por Justiça será realizado na próxima quarta-feira (12) no Recife. Atualmente, quem chefia a investigação do assassinato de Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva, que foi morta com 42 facadas em 10 de dezembro de 2015, no Colégio Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão do Estado, é a delegada Polyana Nery. Ela está no caso desde novembro de 2017.

Em entrevista à Rádio Jornal, Polyana afirmou que a investigação é complexa e que, mesmo passados quase três anos, ainda não existe uma linha consistente de investigação. "É muito trabalhoso e resgatar os outros dois anos em pouco tempo para desvendar um crime é difícil. Aconteceram muitas coisas que a gente está tentando resgatar", diz. "A gente vem diuturnamente fazendo um trabalho minucioso, com várias linhas de investigação e nenhuma foi descartada. Não se trata de um crime qualquer", completa.

Polyana afirma que, mesmo havendo um suspeito filmado pela Polícia e as imagens tendo sidas amplamente divulgadas, nunca apareceu ninguém que pudesse indicar a identidade do suspeito. "Não aparecer nenhum familiar, ninguém que o conheça, que o viu, que o conhece, é bem estranho", disse. "A gente trabalha com várias linhas de investigação e estamos aguardando novas perícias chegarem", completa.

As mudanças de delegados que chefiaram as investigações do caso Beatriz é outra das críticas da professora Lucinha Mota, mãe de Beatriz. No entanto, ela afirma que vai lutar pela permanência da delegada Polyana Nery na condução das investigações. "Nós queremos a permanência de Polyana. Eu não aceito mais mudança de delegado. Não concordo mais", diz Lucinha.

Protesto

O manifesto lembrará os três anos do assassinato de Beatriz. A concentração da manifestação deve acontecer em frente ao Tribunal de Justiça de Pernambuco e seguir até a frente do Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado, que fica no bairro de Santo Antônio, na área Central do Recife.

A mãe de Beatriz diz que solicitou que o corpo da filha fosse exumado e os restos mortais da criança fossem transportado de Juazeiro para Petrolina o mais breve possível. Lucinha concedeu entrevista exclusiva à Rádio Jornal nessa quinta-feira (6) e fez críticas diretas ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara. Segundo ela, o Estado "não está investido um centavo" nas investigações do caso.

Transferência dos restos mortais

Os restos mortais de Beatriz devem ser transferidos para Petrolina, segundo informou a mãe dela. Na ocasião da morte, o corpo da menina foi enterrado numa área privativa da família, em Juazeiro, cidade do interior da Bahia que faz divisa com a cidade do Sertão Pernambucano.

"Nós vamos transferir... trazer Beatriz aqui para Petrolina. Beatriz, hoje, ela está enterrada num cemitério de minha família, no interior de Juazeiro, e nós vamos trazê-la para Petrolina. Nós não sabemos ainda a data, por conta dos trâmites legais. Mas, assim que a gente tiver uma posição, nós vamos avisar a todos", revelou Lucinha.

Sobre a exumação, a delegada Polyana Nery afirma que foi uma decisão da família e que a lei garante a exumação após dois anos do enterro. A retirada dos restos mortais agora é uma questão administrativa que deve ser autorizada pela prefeitura de Juazeiro. "A Polícia, junto com os peritos do IML, vai colher uma amostra do cabelo da menina para uma futura perícia e a realização de um laudo técnico junto com o instituto de DNA, em Recife", afirma.