Houldine Nascimento e
Túlio Vasconcelos
Da JC News
A segunda reportagem da série
Cinema Pernambucano: uma história de ousadia aborda como a presença de incentivos e financiamentos estatais contribui para boa fase do cinema local.
Mesmo com o bom momento vivido pelo Cinema Pernambucano e todas as novas possibilidades que a modernidade traz, é necessário não perder de vista questões cruciais como a importância do talento e a existência de obstáculos econômicos.
Foto: Divulgação / Amarelo Manga
É preciso voltar no tempo para mostrar como tudo começou. Afinal, quando foi rodar o premiado "Amarelo Manga", Cláudio Assis conseguiu do Governo Estadual R$ 2.700,00. Atualmente, funcionam várias políticas de financiamento à cultura em diversos países do mundo.
[Ouça a segunda reportagem especial]
Em muitos deles, o estado é fundamental para o fomento à cultura. No caso da indústria cinematográfica, a presença estatal é determinante para garantir a produção, como explica o professor de Cinema da UFPE, Paulo Cunha.
O mercado é bastante disputado e traz poucas possibilidades. Produtoras podem ser caminhos rentáveis, mas depender de editais é um dos aspectos mais difíceis na produção cinematográfica. Se a economia do país vai mal, logo diminuem os subsídios para produtos culturais como os filmes.
Confira a primeira reportagem:
Bom momento vivido pela sétima arte no estado se deve à independência narrativa dos realizadores
Há seis anos, cineastas e produtores de filmes se reuniram com o Governo do estado para conversar. Agora eles estão na cola do governador Eduardo Campos para que ele transforme em lei o edital do Funcultura, que destinou R$ 11,5 milhões para o audiovisual.
Cineasta Marcelo Pedroso destaca liberdade de criação dos diretores do estado. Foto: Reprodução / Vimeo.com
O diretor Marcelo Pedroso ressalta a liberdade que os cineastas locais possuem, diferendo de outros estados. Para rodar o filme "Tatuagem", Hilton Lacerda não teve problemas para captar recursos através do governo do estado. No total, foram R$ 2,5 milhões. Ele atenta para o papel do governo no financiamento cultural.
Hilton Lacerda durante as filmagens de Tatuagem. Foto: Divulgação / Rec Produções
Um dos elementos essenciais de um filme é a trilha sonora. Em alguns casos, ela pode ajudar. Em outros atrapalhar. A música é um dos traços mais peculiares do cinema pernambucano.
Foi assim com obras como "Baile Perfumado", que trazia marcas do Mangue Beat, e "O Som ao Redor", cuja trilha foi composta por Helder Aragão, mais conhecido como DJ Dolores, que fala sobre o processo de criação dos temas compostos por ele em "Tatuagem".
DJ Dolores em ação. Foto: Reprodução
No Brasil, tem sido relevante as leis de incentivo à cultura, sobretudo para o cinema. Para a crítica Ana Catarina Galvão, é preciso que os cineastas pernambucanos busquem incentivos fora do estado.
Na terceira e última reportagem da série
Cinema Pernambucano: uma história de ousadia, vamos falar sobre o futuro do cinema local.