Da Redação
Fotos: Diego Nigro/ JC Imagem
A rebelião começou por volta das 7h30, quando reeducandos do Pavilhão G da Penitenciária Agroindustrial São João, em Itamaracá, atearam fogo em colchões e começaram o motim. Cinquenta homens do Batalhão de Choque foram chamados e só depois, a rebelião foi controlada. De acordo com a Secretaria de Ressocialização (Seres), toda a confusão foi controlada pouco depois das 9h.
Dois homens morreram e outros oito ficaram feridos. Familiares dos presos chegaram logo após o início da confusão em busca de informações sobre os feridos. A esposa de um detento denunciou que eles sofrem maus tratos na unidade prisional e reforçou as reclamações feitas pelos reeducandos, que protestaram com faixas do telhado da unidade contra a má-qualidade da comida e reivindicavam a saída do novo diretor.
De acordo com a Seres, o diretor Ricardo Pereira, que é agente penitenciário, está administrando a antiga PAI há 2 meses. Antes, ele estava à frente do Presidio Frei Damião de Bozzano - no Complexo Penitenciário Professor Aníbal Bruno, no Recife. No início da tarde, o promotor da Vara de Execuções Penais, Marcellus Ugiette, conversou com o repórter Rafael Carneiro logo depois de sair da penitenciária. Ele disse que o Ministério Público de Pernambuco vai acompanhar as investigações e apurar se os tiros que mataram os dois presos partiram de armas utilizadas pela polícia.
O coronel Romero Ribeiro, Secretário Estadual de Ressocialização esteve na unidade prisional pela segunda vez, à tarde. Ele informou que celulares e armas artesanais foram apreendidos durante a revista feita logo após a rebelião.
O secretário disse ainda que doze homens foram identificados como sendo os líderes do motim. Eles seriam levados para prestar depoimento na quinta-feira (13), no DHPP, mas a ouvida foi adiada.
Os mortos foram Valmir Antonio da Silva e Dinavan de Oliveira da Silva. Dos oito feridos, 6 foram socorridos no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, e dois na UPA de Igarassu.
A antiga PAI funciona em regime semi aberto e abriga hoje 1870 reeducandos, mas tem capacidade para 650. Cerca de 450 saem todos os dias para trabalhar. Ouça as entrevistas e saiba mais na reportagem de Simone Santos: