Da Rádio Jornal
Atualizado às 21h45
O júri popular decidiu pela condenação do trio acusado de canibalismo em Pernambuco, após dois dias de julgamento. Jorge Beltrão, Isabel Pires e Bruna Silva foram condenados por homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver.
Jorge Beltrão terá de cumprir 21 anos e 6 meses de reclusão, mais 1 ano e 6 meses de detenção. Isabel Cristina e Bruna Silva foram condenadas a 19 anos de reclusão e 1 ano de detenção, cada uma. A sentença foi lida às 20hrs da noite desta sexta-feira (14) pela juíza da 1° Vara do Tribunal do Júri de Olinda, Maria Segunda Gomes de Lima, que presidiu a sessão.
Após o julgamento, a juíza Maria Segunda faz a avaliação da sentença, em entrevista:
A promotora Eliane Gaia se diz satisfeita com a decisão:
O segundo dia de julgamento de Jorge Beltrão, Isabel Cristina, e Bruna Cristina, no Fórum de Olinda, foi retomado com a apresentação da acusação. Os jurados estiveram atentos a explanação da promotora do Eliana Gaia. Que por mais de duas horas destacou a crueldade no trio no crime e a frieza na execução. Ela ressaltou ainda que não resta dúvidas da condenação.
Em diversos momentos a promotora chamou a atenção dos jurados e classificou Jorge, como frio e o comparou a uma parede. Em relação a Isabel, desqualificou a dependência emocional do marido. A ré chegou a ser chamada a atenção pelo comportamento e foi ameaçada pela juíza de ser retirada da sessão. Bruna, passou boa parte do tempo em silêncio e sorriu por algumas vezes.
O julgamento foi retomado às 13h20. A parte da tarde foi reservada para a defesa dos três acusados. Os defensores trabalharam com o planejamento de que as penas dos réus fossem reduzidas. A repórter Elis Martins traz outros detalhes:
A réplica da acusação durou mais de uma hora. A promotora Eliane Gaia argumentou sobre pontos que teriam sido omitidos pela defesa e foi enfática em dizer que queria pena máxima para todos os crimes cometidos trio: homicídio quadruplamente qualificado, desrespeito ao corpo e ocultação de cadáver.
A promotora minimizou a defesa e chamou réus de "santos" pela apresentação que os advogados e a defensoria pública fizeram deles.
SAIBA MAIS
Eles são acusados de assassinar, esquartejar e ocultar o corpo de Jéssica Camila da Silva Pereira, na época com 17 anos. Pelo menos mais duas mulheres foram vítimas do trio, que agia em Olinda e Garanhuns. Após o assassinato, Bruna Cristina assumiu a identidade da vítima e os três passaram a criar a filha da jovem morta em Rio Doce em 2008.
O julgamento dentro do auditório foi acompanhado por um grande público, formado por estudantes de direito e jornalistas. Do lado de fora, curiosos de todas as partes acompanharam a sessão.
Nesta sexta-feira (14), a promotora de justiça Eliane Gaya, conversou com o repórter Rafael Carneiro, que acompanha o segundo dia de julgamento. O que foi dito ontem por tudo que foi dito, pelas testemunhas, como também os interrogatórios dos acusados, as diversas contradições que existe entre eles, foi muito importante para o Ministério Público e só veio a trazer riqueza de detalhes dos fatos como também aprimorar as provas que o Ministério Público tem e será mostrado hoje ao corpo de jurados, avaliou a promotora.
Nessa quinta-feira (13), prestaram depoimento na condição de testemunhas o psiquiatra Forense, Lamartine Hollanda, e o delegado, Paulo Berenguer. Eles afirmaram que os três não têm problemas mentais e que cada um desempenhou um papel específico no homicídio.
Entre os réus, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira foi o primeiro a falar sobre o assassinato de Jéssica Camila da Silva Pereira. Ele confessou que num momento de fraqueza e loucura acabou matando a jovem.
O réu afirmou ter praticado apenas três homicídios, o que deixou parte da plateia indignada. Jorge Beltrão também falou da seita cartel e revelou ter se alimentado do corpo da vítima.
Confira agora um trecho do depoimento dele com as intervenções da juíza Maria Segunda e da promotora Eliane Gaia:
Em depoimento, Isabel Cristina Pires da Silveira disse que era casada com Jorge há cerca de trinta anos. Alegando dependência emocional, afirmou que aceitava ver o marido com outra mulher, no caso, Bruna Cristina Oliveira da Silva.
Ela aparentava muito nervosismo e por várias vezes entrou em contradição quando questionada com mais ênfase. A mulher revelou que apenas limpou o local do crime praticado por Jorge num ritual de purificação.
No diálogo com a juíza Maria Segunda, Isabel Cristina Pires da Silveira nega a versão das coxinhas recheadas com carne humana:
LEIA TAMBÉM: Acusados de matar, esquartejar e vender carne humana podem pegar mais de 30 anos de prisão Acusados canibaslismo vão a júri popular nesta quinta-feira Trio conhecido como canibais vai a julgamento na próxima quinta-feira no Fórum de Olinda Público autorizado e curiosos vão ao Fórum de Olinda para acompanhar julgamento
A terceira envolvida no assassinato demonstrou ter conhecimento do processo e contradisse ou outros réus. Bruna Cristina Oliveira da Silva fez questão de enfatizar que apenas ajudou a imobilizar Jéssica para que Jorge cometesse o crime.
A amante do homem disse que não denunciou os homicídios por temer ser a próxima vítima do casal. Ela disse que obedecia as ordens da dupla, mas que se arrepende e muito da tragédia que mudou a vida de todos.
Bruna Cristina Oliveira da Silva afirma que soube por alto da história da venda de lanches preparados com carne humana:
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