Presidente Dilma se emocionou ao receber o relatório final da Comissão Nacional da Verdade - Foto:Antonio Cruz/ Agência Brasil
O relatório final da Comissão Nacional da Verdade, entregue nesta quarta-feira (10) à presidente Dilma Rousseff, indica 12 pessoas em Pernambuco que realizaram torturas durante o período da ditadura militar, entre 1964 e 1985.
Após dois anos e sete meses de audiências públicas em todo o país, depoimentos de militares, civis, vítimas, testemunhas, inclusive de agentes públicos que teriam participado da repressão, a identificação da autoria dos crimes foi feita.
De acordo com o advogado José Paulo Cavalcanti Filho, membro da Comissão da Verdade Nacional e Estadual, a sensação de entregar o relatório a presidente é de dever cumprido. Ele acredita que quase duas décadas depois do fim da ditadura, a tortura a presos políticos não pode ser esquecida. "Esse não é o fim de um trabalho, mas o fim de uma etapa. Uma das orientações que a gente tem é que o trabalho continue", destacou.
A repórter Clarissa Siqueira traz outras informações:
A indicação dos responsáveis não vai implicar em acusação jurídica, já que a comissão da verdade não tem poder de punição. Mesmo assim, os relatores do documento recomendam que os agentes sejam processados individualmente. José Carlos Cavalcanti fala sobre a punição aos apontados nos relatórios. "A primeira punição é na memória. É preciso que as pessoas saibam o que cada um fez, primeiro saber a verdade quem fez e como fez", apontou José Carlos.
Entre os nomes dos acusados de torturar presos políticos em Pernambuco estão: os investigadores da Polícia Civil, Humberto Serrano de Souza e Rível Gomes da Rocha; o general de brigada, Hélio Ibiapina Lima, considerado um dos principais responsáveis pelas violações aos direitos humanos, após o golpe de estado; o coronel da Polícia Militar de Pernambuco e diretor da Casa de Detenção do Recife, Olinto Ferraz; os policiais civis, Artur Falcão Dizeu, Jorge Francisco Inácio; o major do exército Jonas Fontinelli; o promotor de justiça, José Bartolomeu Lemos Gibson; o delegado da Polícia Federal João Lucena Leal; os delegados da Polícia Civil, Redivaldo Oliveira Acioly, Carlos de Brito e José Oliveira Silvestre; na época, estudantes vinculados ao Comando de Caça aos Comunistas em Pernambuco, Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues e Rogério Matos do Nascimento.
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