Não há previsão para que os estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desocupem o prédio da reitoria da instituição, no bairro de Engenho do Meio, na Zona Oeste do Recife. Os alunos estão acampados deste a última sexta-feira (2) em protesto contra o Conselho Universitário. Eles pedem uma reunião aberta do grupo, com a participação dos universitários, para decidir a homologação do novo estatuto da UFPE.
A reintegração de posse da reitoria já foi concedida pela justiça, mas a Polícia Federal não informou quando vai ao prédio. De acordo com os integrantes do movimento “Ocupe UFPE”, um encontro com representantes da administração da universidade foi realizado no domingo à tarde, mas não houve entendimento.
Segundo uma das universitárias que ocupa a reitoria, a ação começou porque na sexta-feira o grupo pretendia participar da reunião do conselho, mas não foi permitido. Ela, que não quer ser identificada, detalha quais são possibilidade para que os estudantes saiam pacificamente do prédio. “Para a retirada da reitoria é justamente um conselho universitário extraordinário que seja aberto, que possam os estudantes e os técnicos também participar dessa reunião, que a pauta seja a homologação do novo estatuto da UFPE”, explicou, dizendo ainda que o comunicado deve ser oficial e publicado pela assessoria de comunicação da UFPE.
Nesta segunda-feira (5) pela manhã o clima era tranquilo na reitoria, diferente do final de semana e da sexta-feira, quando os universitários acusaram a segurança da UFPE de fazer ameaças ao grupo. Os portões permanecem fechados e os serviços do prédio parados. Os servidores da UFPE, sabendo da ocupação, foram apenas observar como estava o movimento. Um deles é o auxiliar administrativo Lenilson Santana. “Eu só vi dois servidores daqui da reitoria e mesmo assim um veio de calção por que sabia que não ia trabalhar”, comentou.
Enquanto a administração central da universidade e os manifestantes não se entendem, quem necessita dos serviços da reitoria sofre. O motorista Cícero Magalhães precisou resolver um problema para a mãe, que é servidora da UFPE, e encontrou o prédio fechado. Ele faz um apelo ao reitor Anísio Brasileiro. “Minha mãe está internada no Hospital Albert Sabin e pode a qualquer momento o hospital rejeitar ela por que o convênio GEAP não recebeu”, disse o homem.
Por meio de nota, a administração central da UFPE disse que tentou negociar, mas os estudantes rejeitaram a convocação de uma nova reunião do Conselho Universitário nos moldes propostos. A nota informa ainda que um novo encontro do conselho deve ser realizado no dia 28 de outubro, às 9h, para decidir sobre o estatuto da UFPE.
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