Cerca de 2 mil trabalhadores atingidos pela Barragem de Itaparica, e que estão assentados no Projeto Fulgêncio, em Santa Maria da Boa Vista, ocupam, neste momento, as BRs 428 e 116, nas proximidades do Trevo do Ibó, em Cabrobó, no Sertão do Estado. Eles cobram que seja reativada a energia do assentamento, que foi cortada pela Celpe desde a última segunda-feira (14).
De acordo com os líderes comunitários, a falta de energia elétrica tem impossibilitado o bombeamento de água para consumo humano e a produção agrícola, prejudicando cerca de 15 mil pessoas. Eles alegam que houve também cortes nos assentamentos Manga de Baixo, em Belém do São Francisco, e Icomandantes, em Petrolândia, todos integrantes do Sistema Itaparica.
O Polo Sindical dos Trabalhadores Rurais do Submédio São Francisco e a Fetape fizeram contato com a Codevasf, com a Chesf e com a Secretaria Nacional de Irrigação para que o problema seja resolvido, já que a Celpe alega que a suspensão da energia ocorreu por falta de pagamento. Os manifestantes garantem que só irão liberar as rodovias quando houver o religamento.
Os manifestantes alegam que não é a primeira vez que as famílias sofrem com essa situação. Este ano, outros protestos já ocorreram pelo mesmo motivo. No entanto, havia um compromisso do Governo Federal com os assentados de que esse problema não se repetiria.
ASSEMTAMENTO - A área inundada pela usina, o lago de Itaparica, que se estende por 150 km e cobre uma superfície de 83.400 hectares dos estados da Bahia e de Pernambuco, resultou no reassentamento de Itaparica, a fim de compensar o impacto causado sobre, aproximadamente, 10,5 mil famílias que moravam na localidade, das quais 4,6 mil (cerca de 21 mil pessoas) na zona urbana e 5,9 mil (cerca de 19 mil pessoas) na área rural, entre essas 200 famílias indígenas da tribo Tuxá.
CELPE - Sobre o restabelecimento de energia do Projeto Fulgêncio, em Santa Maria da Boa Vista, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) informa que sempre está aberta a negociação e aguarda posicionamento da Codevasf. A Celpe lembra que a suspensão no fornecimento de energia é o último recurso utilizado pela empresa. Antes são adotadas medidas administrativas para negociação do débito. A Celpe se coloca à disposição.
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