Uma reunião vai ser realizada nesta terça-feira (5) na sede da Agência Nacional de Águas (ANA) para definir se será implementada mais uma redução da vazão dos reservatórios das hidrelétricas de Sobradinho, entre a Bahia e Pernambuco, e Xingó, entre os estados de Alagoas e Sergipe, no Rio São Francisco. A ANA já autorizou a redução da descarga mínima dos dois reservatórios, de 1.300 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 800 m³/s, em uma resolução publicada no fim de dezembro. No entanto, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pediu que a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que opera as usinas, elabore um plano de contingência antes de colocar em prática a medida.
No encontro de hoje, o plano será apresentado para que seja definida a nova redução da vazão, que deverá ser implementada em etapas. Participarão do encontro representantes da ANA, do Ibama, da Chesf e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), além de prefeituras dos municípios afetados e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
O volume de água que sai do reservatório de Sobradinho em direção à foz do Rio São Francisco vem sendo modificado nos últimos anos por causa da falta de chuva na região. A vazão mínima do reservatório é de 1.300 m³/s, mas já foi reduzida, a pedido do ONS, para 1.100 m³/s, depois para 1.000 m³/s e, em junho, para 900 m³/s, que é o volume praticado atualmente.
A redução da vazão é necessária para que o volume de água na barragem não chegue a 0, o que prejudicaria a geração de energia na região. De acordo com o ONS, o reservatório da Hidrelétrica de Sobradinho está em 2,11% de sua capacidade máxima. Os reservatórios das usinas da Região Nordeste estão com 5,04% da capacidade.
A redução, no entanto, pode prejudicar a captação de água para a população, além de outras questões como a irrigação e a navegabilidade do rio. O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco critica a redução das vazões, que começou a ser praticada em 2013. Para a entidade, é possível encontrar alternativas para garantir a geração de energia.
Apesar do nível baixo dos reservatórios no Nordeste, o Ministério de Minas e Energia garante que a situação de abastecimento de energia é confortável, devido ao volume de usinas térmicas e eólicas existentes e também pelos intercâmbios de energia elétrica gerados em outros locais do Sistema Interligado Nacional (SIN), o que permitiria até mesmo que nenhuma energia fosse gerada pelas hidrelétricas na região.
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