A atual prioridade do Ministério da Saúde dentro do programa Mais Médicos é de que os postos de trabalho do programa, que vinham sendo ocupados principalmente por médicos cubanos, sejam direcionados para brasileiros. É o que defende o Ministro da Sáude, Ricardo Barros, ao falar do novo edital de convocação dos profissionais. "Vamos fazer um edital de mil vagas e esperamos que sejam ocupadas por brasileiros, primeiro os formados aqui, depois os formados no exterior e só depois os médicos estrangeiros. Esperamos que os brasileirtos tomem seus locais nesses postos", declarou em entrevista ao comunicador Geraldo Freire nesta quinta-feira (10).
Questionado sobre a PEC que limita o teto dos gastos, Ricardo Barros é veemente ao dizer que não vê motivos para se preocupar. "A PEC não preocupa o Ministério da Saúde, ela garante 15% da receita corrente líquida da união. Ela não fala em teto para os recursos para a Saúde, ela fala em piso. Este ano temos na pasta um orçamento maior que o do ano passado e o congresso nacional já colocou R$ 18 bilhões em emendas para os recursos do ministério. Não há teto para a saúde, apenas piso".
Ouça aqui a entrevista completa:
Do total de 1004 vagas abertas no programa Mais Médicos para profissionais de saúde no novo edital, Pernambuco comporta 84 postos, localizados principalmente em capitais e Regiões Metropolitanas. Ricardo Barros justifica que não pretende deixar de receber os profissionais estrangeiros, mas explica que eles estariam mais dispostos a atender demandas de localidades mais distantes das capitais. "Temos outras demandas pra atender, postos de trabalho para o interior, e os cubanos estão dispostos a trabalhar onde estiverem escalados, diferente dos médicos brasileiros, que não estão se escalando pra esses postos", alega Ricardo Barros.
O ministro alerta ainda que não se trata de reprovação aos médicos cubanos, que, segundo ele, têm uma aprovação de mais de 90% entre as pessoas atendidas, mas "a verdade é que o programa tenderá a ser todo ocupado por médicos brasileiros a longo prazo, pos isso o motivo das chamadas para médicos nacionais e vamos repetir a chamada aos médicos brasileiros a cada três meses", disse.
Sobre o déficit na tabela do SUS, grande reclamação dos hospitais filantrópicos que atende o sistema, o ministro afirmou que não há condições de alterá-la. "Nao temos recursos pra ajustar a tabela do SUS, temos que repensar o modelo de financiamento. Agora a prioridade é informatizar todo o nosso sistema. Até o dia 10 de dezembro, os prefeitos têm que publicar toda informação de Saúde no sistema SUS. Com tudo informatizado, vamos saber exatamente a situação da saude no Brasil, para mexer no orçamento. Por enquanto, não há como mexer na tabela SUS", disse.
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