Ônibus incendiados, falta de policiamento nas ruas e muito medo. Esse clima de tensão é constante entre os moradores de Natal, no Rio Grande do Norte, após o caos no presídio de Alcaçuz, que fica na cidade de Nísia Floresta, ter se estendido para as ruas da capital.
O morador Diógenes Falcão explica que o medo maior é para quem mora na região litorânea de Pirangi. "Esse presídio fica perto das praias nobres de Pirangi do Norte e Pirangi do Sul e as pessoas que têm casas nessas praias estão muito assustadas com essa situação", disse. O morador afirma que, mesmo morando em uma área longe do presídio de Alcaçuz, os incêndios a ônibus estão sendo incendiados na cidade toda e ninguém se se sente seguro. "Ontem à noite, após queimarem alguns, os ônibus foram recolhidos e as pessoas ficaram sem ter como voltar para casa. Hoje, os ônibus voltaram pouco a pouco, mas só a partir das 8h", diz. "Nos lugares por onde eu passei, eu não vi nada, mas via a insegurança na população que, na verdade, é o objetivo final", completa.
Diógenes afirma ainda que, para a população, os presos estão orquestrando as ações fora do presídio e que, nas ruas, falta policiamento. "O presídio só existe a casca externa, não existe grade, não existe parede, não existe mais coisíssima alguma", diz. "A população está amedontrada e muito boato rola nas ruas", Ouça a entrevista completa:
Outro fato que deixa a população amedontrada é a briga entre o Sindicato do Crime, do Rio Grande do Norte, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), que tem origem em São Paulo, mas está espalhado em todo o país. Sobre a situação de tensão, a Rádio Jornal também conversou com o policial militar Adriano, que trabalha no Rio Grande do Norte, mas mora no Recife.
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Por telefone, o PM Adriano relatou a situação de calamidade vivida dentro do presídio de Alcaçuz, no município de Nísia Floresta (RN). Ele afirma que trabalha há 10 anos no estado e é lotado na cidade de Canguaretama, distante 70 km da capital. "Não houve enfrentamento entre as facções porque houve intervenção policial, não fosse isso, haveria outra carnificina", afirmou o PM. Ele afirma que a unidade prisional teve as celas completamente destruídas e que só estão de pé as quatro paredes onde ficam as guaritas. "Só tem o quadrado lá dentro,não tem mais nada", afirmou.
Em relação ao controle dos presos, o policial Adriano declarou que os detentos são contidos via disparos para dispersar. Ele acredita que os ônibus incendiados na Grande Natal são fruto da ação dos criminosos encarecerados e que apesar da atenção nacional dada para o caso, a situação "continua do mesmo jeito, não mudou nada", disse.
Ouça a entrevista completa:
Na manhã desta quinta-feira (19), detenos do presídio de Alcaçuz entraram em confronto dentro da área externa às celas do presídio. O clima é de terror intenso e os policiais não estão conseguindo conter as duas facções que se enfrentam no pátio. Entre tiros de bala de borracha e bombas de efeito moral, poucos agentes tentam, de dentro da guarita, conter os presos, que estão espalhados por cima dos telhados.
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