INDÚSTRIA

Estamos em um pré-colapso, diz presidente da Fiepe sobre efeitos da greve

Segundo Ricardo Essinger, presidente da Fiepe, a previsão é de que a indústria tenha prejuízos bilionários por conta da greve dos caminhoneiros

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 29/05/2018 às 17:36
Acervo/ JC Imagem
FOTO: Acervo/ JC Imagem

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Ricardo Essinger, informou que cerca de 60% do parque industrial está com problemas ou parado por conta da greve dos caminhoneiros. Segundo ele, ainda não é possível calcular os prejuízos, mas devem ser bilionários.

Ele demonstrou preocupação com a situação da greve. “Estamos em um ‘pré-colapso’, porque está no fim do mês, as empresas têm que pagar suas folhas. Estamos reivindicando que os impostos sejam suspensos e sejam parcelados porque ninguém vai ter condições de efetuar os pagamentos e os títulos vencidos também sejam prorrogados (...) Teremos uma conta muito grande posterior a pagar”, lamentou.

Essinger apontou como a greve tem afetado o setor. “Primeiro, falta de matéria-prima chegar nas nossas indústrias; segundo, as que conseguem produzir alguma coisa não escoam a produção; terceiro, a falta de combustível para tocar não só a frota, mas equipamentos internos da fábrica”, disse.

Leia também

Movimento foi vitorioso, diz ministro Marun sobre caminhoneiros

Caminhões com combustível só deixarão Suape nesta quarta-feira (30)

Caminhoneiros negam ao Governo liberação do gás de cozinha

Crise de abastecimento ainda afeta transporte e coleta de lixo

Ouça a entrevista completa:

Críticas ao Governo Federal

O presidente da Fiepe disse que lamenta o fato de o Governo Federal ainda não ter solucionado a situação. “Eu acho que o direito de ir e vir está na Constituição (...) Se não deu por negociação, deveria ter sido pela força. Porque não é possível que uma classe, uma quantidade de pessoas que tenham algumas reivindicações, prejudique o todo”, reclamou. “Eu não sei onde está a nossa força policial”, completou.

Sobre o acordo do governo, Ricardo Essinger disse que foi um tiro no pé. “Você fazer uma tabela mínima onerando os custos no momento em que você está numa crise é dar um tiro no pé. Nós estamos no mercado de livre comércio e você tem o direito de fazer os seus acertos e não você ser obrigado a ter uma tabela mínima”, criticou. “O governo isso aí, colocou em votação com urgência para procurar tentar minimizar o problema, mas tá aí a prova de que não resolveu”, disparou o presidente.

Segundo ele, houve uma reunião com o Governo do Estado no domingo e já foi colocada a preocupação com a crise gerada pela greve.