DEPOIMENTOS

Polícia ouve testemunhas de caso de criança encontrada morta em casa

O DPCA ouviu a mãe da criança o pai e também dois vizinhos; menino de 9 anos foi encontrado morto no quintal de casa no dia 16 de agosto

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 21/08/2018 às 15:37
Ezequiel Perino/ TV Jornal
FOTO: Ezequiel Perino/ TV Jornal

A Polícia Civil investiga as causas da morte do menino Artur Luís Barros dos Santos, de 9 anos, no último dia 16 de agosto. O garoto foi encontrado pela família desacordado e pendurado por um cordão em uma árvore no quintal da casa em que morava com os pais no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife.

A criança chegou a ser socorrida pelos parentes, mas não resistiu e morreu no outro dia. A família desconfia que Artur tenha sido vítima de desafios de jogos virtuais. De acordo com a mãe do garoto, a professora Jane Nascimento, o menino costumava usar o celular diariamente. Um dia antes do fato, ela havia guardado o celular do filho por notar que ele estava muito dependente do aparelho.

Na manhã desta terça-feira, a mãe do menino prestou depoimento no Departamento de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e fez um alerta aos pais. “Ele queria o tempo todo o celular. Eu tive que guardar o celular num dia e no outro dia aconteceu isso. Eu estou aqui para alertar todas as mães para não passar a dor que eu estou passando”, contou, muito abalada, a mãe do garoto. “As mães têm que ficar mais ligadas. Eu fiquei, eu olhava, acompanhava tudo, mas em algum momento alguma coisa aconteceu”, disse.

Os detalhes na reportagem de Juliana Oliveira:

Boneca momo

A mãe afirmou que só soube que o filho participava do jogo da “boneca momo” após a morte da criança. “Eu não percebi, só depois que meu filho morreu que eu fui ver no celular que tinham esses desafios. Uma vez ele me mostrou no tablete uma ‘boneca momo’, só que eu não sabia o que era. Vim saber depois que me mostraram o que era essa momo, que ela fazia o desafio do sufocamento pra saber quanto tempo você fica sem ar”, relatou.

Além da mãe, a delegada Thaís Galba, titular no DPCA, também ouviu o pai do menino e dois vizinhos como testemunhas. Ela diz que ainda é cedo para saber o que de fato aconteceu, mas não descarta a possiblidade da criança ter sido vítima do jogo virtual.

O celular e o tablete de Artur foram recolhidos. A polícia também aguarda o resultado do exame tanatoscópico para saber a causa da morte da criança.