CONTRA QUILOMBOLAS

STF arquiva denúncia contra Bolsonaro e processos de Aécio Neves e FBC

O candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), já é réu no STF em duas ações penais por injúria e incitação ao estupro

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 12/09/2018 às 6:52
Agência Brasil
FOTO: Agência Brasil

Foi grosseiro, preconceituoso, vulgar e mostrou que não entende absolutamente nada da realidade em que vivem os quilombolas. Apesar dessa frase, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, votou para arquivar o pedido de abertura de processo contra o candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (11).

O deputado federal Jair Bolsonaro tinha sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República por racismo e discriminação por causa de uma palestra que ele fez em abril do ano passado e disse: “Eu fui num quilombo, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais”.

Voto contrário, o ministro Luiz Roberto Barroso disse que arroba e procriar são termos que se usam para tratamento com animais e não com pessoas. No entanto, por 3 votos a 2, o processo foi arquivado.

Alexandre de Moraes seguiu o voto do relator, ministro Marco Aurélio Mello. Do mesmo modo, o ministro Luiz Fux considerou que as falas de Bolsonaro se inseriram no contexto da liberdade de expressão, rejeitando a denúncia.

Em agosto, os ministros Luís Roberto Barroso e Rosa Weber votaram pelo recebimento de parte da denúncia.

Confira os detalhes na reportagem de Romoaldo de Souza:

Processos contra Aécio e FBC

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (11) arquivar também o inquérito que tramitava na Corte e investigava o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) pelo suposto recebimento de recursos não contabilizados em 2010.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o senador teria recebido R$ 200 mil, valor que não teria sido declarado à Justiça Eleitoral.

A acusação foi feita por ex-diretores da empreiteira Odebrecht que assinaram acordos de delação premiada nas investigações da Operação Lava Jato.

A procuradora-geral Raquel Dodge recomendou arquivar inquérito em que o senador Aécio Neves (PSDB) era investigado por enviar registros bancários falsos à CPMI dos Correios, entre 2005 e 2006, no esquema que ficou conhecido como "Mensalão Tucano".

O inquérito foi aberto para a apuração contra supostos crimes cometidos por Aécio e outros político envolvidos no caso e se havia conivência do então presidente da Comissão, o senador Delcídio Amaral.