Eleições

Bolsonaro alfineta Haddad e pede para nordestinos se informarem com parentes em São Paulo

Jair Bolsonaro (PSL), em entrevista à Rádio Jornal, ainda afirmou que sempre lutou pela 'união dos povos'

Antônio Gabriel Machado
Antônio Gabriel Machado
Publicado em 04/10/2018 às 9:22
Acervo/ Agência Brasil
FOTO: Acervo/ Agência Brasil

O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, pediu para que o eleitor nordestino conversasse com um 'parente ou amigo em São Paulo' para se informar sobre o mandato de prefeito de Fernando Haddad (PT), que considerou ruim. Bolsonaro ainda rebateu as críticas sobre intolerância, afirmando que 'sempre lutou pela união dos povos'.

"A grande surpresa positiva das eleições vai vir do Nordeste. Qual a cidade que tem mais nordestino do Brasil? São Paulo! Peço para o Nordestino que tem parente ou amigo em São Paulo para ligar para ele e perguntar sobre o prefeito Haddad, que foi tão mal em São Paulo que perdeu no primeiro turno para o Dória. Ele agora está servindo um homem que poderia ser um grande presidente, mas o Lula está colhendo o que ele plantou, lamento que ele esteja preso. O PT instituiu o maior esquema de corrupção do mundo. Você conseguir combater a fraude, dá para pagar mais o povo sofrido", disse Bolsonaro em entrevista exclusiva à Rádio Jornal de Pernambuco nesta quinta-feira (4).

Bolsonaro ainda pregou a união do povo brasileiro, rechaçando qualquer acusação de homofobia ou racismo. "O povo brasileiro é um só povo, eu prego a união tem muito tempo. Inventam que eu sou contra o décimo, contra a volta da CPMF, contra negros, nordestinos, mulheres e gays. Como posso estar em primeiro lugar nas pesquisas e ser contra tudo no Brasil".

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Homossexuais serão felizes caso eu seja eleito presidente, diz Bolsonaro

O candidato do PSL ainda voltou a citar e atacar o que chama de 'kit gay'. Segundo Bolsonaro, nenhum pai quer ver um filho de seis anos de idade aprender sobre sexo no colégio, considerando o povo nordestino como o 'mais conservador e mais família'.

"Esse recado é para o povo nordestino que é mais conservador e mais família. Eu descobri em 2010 o kit gay. Eles queriam colocar no colégio filmes de meninos se beijando e meninas se acariciando. Crianças tem que ir para o colégio para estudar matemática, português e geografia. Como que o Joãozinho vai aprender sexo? O pai não quer que o filho aprenda a fazer sexo, homo ou hétero, a partir dos seis anos de idade. Aí inventaram que eu sou homofóbico, que vou matar gay", disse Bolsonaro.

Bolsonaro ainda disse que os homossexuais serão felizes caso ele seja presidente. "Cada um depois da sua idade, dono de seus atos, vai cuidar da sua vida. Para criança de seis anos de idade, não dá. O pai não quer chegar em casa e ver o filho brincando de boneca por influência da escola. Os homossexuais serão felizes se eu for presidente".

Governabilidade e obras

Sobre o diálogo com governadores de partidos da oposição, caso seja eleito presidente, Bolsonaro pregou que não haverá problema em dialogar com representantes de Estado de siglas como PDT e PT. "Primeiramente, você ao estar assinado com um governador de um estado, você não pode sacrificar a população. Isso não faz parte daquilo que sempre preguei, que é a união dos povos. O estado que for, eleger um governador do PT ou do PDT, não tem problema nenhum. Menos Brasília e mais Brasil".

Bolsonaro ainda foi questionado sobre as obras da transposição do Rio São Francisco, que tem por objetivo o abastecimento hídrico de parte da região Nordeste. Segundo o candidato, a sua prioridade será a finalização de obras inacabadas, com a ajuda da mão de obra do exército.

"Temos que priorizar as que estão inacabadas. Acredito que essa malha de divisão de águas para o Nordeste seja a mais importante. Em Israel, chove menos que o semiárido nosso. Por qual motivo não fazemos o mesmo no Brasil? Com água, resolvemos uma infinidade de problemas. Nosso exército vai colaborar sim para terminar essa obra", comentou Bolsonaro.

Medidas de governo e diálogo com Paulo Guedes

Sobre as afirmações de Paulo Guedes, apontado por Bolsonaro para assumir o Ministério da Fazenda, caso seja eleito, que sugeriu uma nova CPMF, o candidato do PSL tratou a fala do economista como um 'ato falho'. "O presidente serei eu. Tratei esse assunto com ele. Ele disse que foi um ato falho. Não admitiremos a volta da CPMF. Não existirá a CPMF e será mantido todos os direitos, inclusive o 13º salário", afirmou.

Por fim, Bolsonaro falou sobre medidas do seu eventual governo, colocando como prioridade o combate a corrupção. "Temos que atacar a corrupção. O governo que passou mergulhou o país na corrupção. Ao atacar a corrupção, sobra recursos".