A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vai encaminhar à Polícia Federal e ao Ministério Público um requerimento para apurar os envolvidos na divulgação de uma lista de xingamentos e ameaças a alunos e professores do campus da instituição e em redes sociais. A lista foi direcionada nominalmente para 22 alunos e professores do curso de história que fazem parte do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH).
Um dos professores foi classificado como doutrinador, comunista e antidemocrático. Já o outro como uma pessoa que faz apologia ao uso das drogas. No final da lista, uma mensagem escrita “vocês serão banidos! Escórias! O mito vem aí”, em alusão ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
As ofensas, segundo o reitor da universidade federal, Anísio Brasileiro, não têm fundamento já que em uma democracia é permitido qualquer posicionamento. “Deve haver respeito às opiniões de cada um”, comentou.
A UFPE determinou, nesta quarta-feira (7), a abertura de sindicância interna para apurar ameaças e insultos a professores e alunos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). A instituição de ensino também comunicará o caso ao Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF).
Confira os detalhes na reportagem de Bruna Oliveira:
Veja a lista:
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Os professores ameaçados com a circulação da lista devem continuar ministrando as aulas. De acordo com o diretor da Associação dos Docentes da UFPE, Audísio Costa, a associação repudia qualquer tipo de desrespeito e diz que já foi acionada uma assessoria jurídica para avaliar a situação. “Os professores continuarão dando aula. É um direito deles. É um servidor público federal”, garantiu. “Nós vamos continuar defendendo a democracia”, completou.
Professor diz ter sofrido ameaça de morte
Em outro caso, o professor de filosofia do CFCH Rodrigo Jungmann, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Federal após ter sua imagem, juntamente com os dizeres “pinguim da privataria”, colada em pilastras do centro estudantil. O cartaz aparece assinado pelo “Comitê de Luta Contra o Golpe - UFPE”. Anexado ao documento, também constam prints em que o professor é ameaçado de morte.
“Estou lecionando normalmente, mas me sinto desconfortável e ameaçado permanentemente. As agressões morais são quase diárias. E não está afastada a possibilidade de uma agressão física, tendo havido inclusive uma ameaça de morte”, disse o professor.