CASO ALDEIA

MPPE diz que motivação para assassinato de médico vai além de crime passional

Assistente de acusação do MPPE falou sobre o assassinato do médico Denirson Paes, morto pela esposa e o filho em Aldeia

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 13/11/2018 às 17:51
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FOTO: Reprodução/ Facebook

Um dia após a juíza Marília Falcone Gomes, responsável pelo assassinato do médico cardiologista Denirson Paes, quebrar o segredo de justiça, a acusação se pronunciou pela primeira vez sobre os detalhes do inquérito. A farmacêutica e esposa Jussara Rodrigues e o engenheiro Danilo Paes, filho mais velho do casal, foram indiciados por homicídio triplamente qualificado e destruição e ocultação de cadáver.

Durante conversa com a imprensa em um empresarial de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, nesta terça-feira (13), o assistente de acusação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Carlos André Dantas, comentou o laudo pericial realizado na casa ré confessa, em setembro, um condomínio de luxo em aldeia. Neste primeiro pronunciamento, o advogado ressaltou o histórico do profissional. “Por onde ele passou fez muitas amizades, era uma pessoa que tinha um excelente relacionamento em todos os lugares que passava”, destacou.

O advogado reforçou contradições nos gestos e ações de Jussara, no dia da reprodução simulada do crime e atestou a participação do filho Danilo Paes, que, de acordo com ele, teve sangue da vítima encontrado no solado do sapato.

Para Carlos André Dantas a motivação vai além de crime passional apresentado pela Polícia Civil. “Nós sabemos que vai além do crime passional. Tem a questão de não conseguir manter o padrão de vida devido a questão financeira”, afirmou.

O próximo capítulo deste caso que repercutiu bastante nos últimos tempos, já tem data e local. O Fórum de Camaragibe recebe audiência de instrução nos dias 7 e 14 de dezembro. Só pela promotoria de acusação 17 pessoas devem ser ouvidas.

Até lá, Jussara Rodrigues que apresenta legítima defesa está na Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, no bairro do Engenho do Meio, na Zona Oeste do Recife, e Danilo Paes, que se diz inocente e permanece no Cotel, em Abreu e Lima.

Confira os detalhes na reportagem de Rafael Carneiro:

Relembre o caso

O cardiologista Denirson Paes da Silva, de 54 anos, foi visto pela última vez no dia 31 de maio chegando em sua residência. No dia 20 de junho, a esposa do médico havia registrado um boletim de ocorrência relatando o desaparecimento dele. Após investigações, a polícia desconfiou de Jussara e do filho mais velho do casal, Danilo Paes, e solicitou um mandado de busca e apreensão no condomínio onde a família morava. Lá, foram encontrados os restos mortais do cardiologista, no dia 4 de julho.

No dia 5 de julho foi decretada a prisão temporária dos dois. Jussara segue na Colônia Penal Feminina do Bom Pastor e o filho mais velho, Danilo Paes, de 23 anos, também acusado do crime, está no Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel).

Após inicialmente ter negado, a farmacêutica Jussara Paes Rodrigues, de 55 anos, confessou, em depoimento à Polícia, o assassinato e ocultação do cadáver do cardiologista Denirson Paes. Ela afirmou que fez tudo sozinha e sem a ajuda do filho mais velho do casal, Danilo, de 23 anos.