SAÚDE

Mais de um milhão de pernambucanos serão afetados com saída de cubanos

Os médicos cubanos do programa Mais Médicos são responsáveis por 90% dos atendimentos da população indígena

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 15/11/2018 às 13:43
Igo Bione/ Acervo JC Imagem
FOTO: Igo Bione/ Acervo JC Imagem

Cerca de 1,6 milhão pernambucanos podem ficar sem o auxílio da atenção básica de saúde com o fim da fim da participação dos profissionais cubanos no programa Mais Médicos. A informação foi repassada pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). No país, dos 5570 municípios, 3228, o que representa quase 80% do total, só têm assistência pelo programa e 90% dos atendimentos da população indígena são feitos apenas por profissionais de Cuba.

Segundo o presidente da Amupe, José Patriota, a decisão pode gerar uma superlotação nos hospitais.

A decisão do governo cubano de deixar de participar do programa Mais Médicos anunciado nessa quarta-feira (14), foi tomada após o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmar que mudaria os termos do acordo de colaboração. Nos cinco anos de mais médicos, cerca de 20 mil profissionais cubanos atenderam a mais de 100 milhões de pacientes brasileiros, com aprovação de cerca de 95% da população. Inclusive, mais de 700 municípios brasileiros tiveram nos cubanos o atendimento médico pela primeira vez. Para José Patriota, a decisão teve influências ideológicas.

Saiba mais na reportagem de Bruna de Oliveira:

Salário dos cubanos

Diferentemente do que acontece com os médicos brasileiros e de outras nacionalidades, os cubanos do Mais Médicos recebem apenas parte do valor da bolsa paga pelo governo do Brasil. No caso de Cuba, o acordo que permite a vinda dos profissionais é firmado com a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e não individualmente com cada médico.

Com a decisão do Ministério da Saúde de Cuba de rescindir a parceria, mais de 29 milhões de brasileiros poderão ficar desassistidos.