O número de foliões que alegam ter sido vítimas de agulhadas durante o Carnaval em Olinda e no Recife já ultrapassa 270. A última atualização, divulgada nesta segunda-feira (11) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), diz que 273 pessoas deram entrada no Hospital Correia Picanço, na Tamarineira, Zona Norte da capital pernambucana.
Segundo a SES, todos os pacientes foram admitidos na unidade. Após triagem, 157 realizaram a profilaxia pós-exposição (PeP) para prevenir a infecção pelo HIV. Os demais, ou se recusaram a fazer o teste rápido (pré-requisito para o uso da medicação), e, consequentemente, o tratamento, ou já tinham passado da janela de 72 horas preconizadas para início da medicação. Dessa forma, todos foram orientados a realizar o monitoramento de possíveis infecções no próprio Hospital Correia Picanço, ou nos Serviços de Atenção Especializada (SAE) de São Lourenço da Mata (Hospital e Maternidade Petronila Campos); Caruaru (UPA Vassoral), Pesqueira (Hospital Dr. Lídio Paraíba) e Serra Talhada (Hospital Professor Agamenon Magalhães - Hospam).
A Secretaria Estadual de Saúde destacou que os índices de transmissão por meio de picadas com agulhas infectadas são considerados baixos, em média 0,3%.
A Polícia Civil divulgou o retrato falado de dois suspeitos de ferir foliões durante o Carnaval. Os dois teriam agido em Olinda, um no Domingo de Carnaval, 3 de março, e outro no dia seguinte. O órgão informou ainda que uma mulher também é suspeita de envolvimento com o caso, mas que por enquanto não há retrato falado para divulgar.
A polícia pede às pessoas que, de alguma forma, reconheceram os suspeitos telefonem para a Central de Plantões: 3182-6091. Há uma Unidade Móvel (UM) da Polícia Civil no Hospital Correia Picanço.
As agulhadas estão sendo tratadas como crime de transmissão de moléstia grave a pessoa intencionalmente, tipificado no Artigo 131 do Código Penal e com pena de um a quatro anos de reclusão.
Um policial de 27 anos, morador do Recife, está entre as vítimas de furadas de agulha durante o Carnaval de Pernambuco. Ele conta que foi atingido em Olinda, mais precisamente nos Quatro Cantos, quando ia atrás de um bloco com duas amigas, no Sábado de Carnaval. "Senti uma furada no braço e imaginei que era uma picada de abelha. Uns dois minutos depois, notei que era uma agulhada. Como eu sou policial, já sabia qual seria o procedimento e o hospital que atendia esses casos", relata, dizendo que, depois daquilo, o Carnaval acabou para ele.
Uma mulher, cuja identidade será preservada, contou como foi o ataque que ela sofreu. "Na hora eu comecei a me sentir mal, aí pedi para o meu namorado me retirar do local. Senti como se tivesse levado uma queimadura de cigarro (no braço). Quando olhei, tava a marca muito feia."
"Olhando as marcas no meu braço, parece que foram duas (agulhadas), no mesmo local, uma atrás da outra, mas não vi ninguém", acrescentou.
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