Os dez anos da Operação Lei Seca no estado do Rio de Janeiro foram comemorados hoje (19) com uma missa na Igreja da Candelária.
A celebração reuniu agentes responsáveis pela operação e autoridades que coordenam o trabalho, que já flagrou 210 mil motoristas dirigindo sob a influência de álcool em 22 mil blitzes.
O autor do projeto da Lei Seca que tramitou no Congresso Nacional, deputado Hugo Leal (PSD), presenciou a solenidade e avaliou que, apesar de a lei ter provocado uma mudança de comportamento na sociedade, não se pode dizer que a guerra contra esse tipo de acidente de trânsito está vencida.
"A guerra não está vencida. O trânsito ainda mata muita gente", disse ele, que acompanha estudos e testes de um novo equipamento capaz de verificar se os motoristas utilizaram outras substâncias psicoativas, como drogas ilícitas e remédios psiquiátricos com efeitos colaterais mais fortes.
Segundo Hugo Leal, quatro modelos do "drogômetro" já estão passando por testes e podem ser homologados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) antes de serem adotados pelos estados. Os aparelhos identificam o consumo de até cinco substâncias por meio de uma análise da saliva.
"Não há necessidade de mudança na legislação. Ela já fala em qualquer substância psicoativa", explicou ele, que exemplificou a importância dessa fiscalização nas estradas, onde caminhoneiros, às vezes, dirigem sob efeito de substâncias para sentirem menos sono ou cansaço.
Coordenadora responsável pela operação Lei Seca no Rio de Janeiro, a delegada da Polícia Civil, Verônica de Oliveira, afirmou que a Lei Seca conta com aprovação de 90% da população. No cargo desde janeiro, ela conta que vem intensificando as ações no interior do estado e nas rodovias estaduais, além de ter iniciado a Operação Lei Seca no mar, em parceria com a Capitania dos Portos.
"A população se conscientizou da importância do papel da Operação Lei Seca, que não é apenas e puramente uma simples realização de blitz. É um trabalho de educação, prevenção e, principalmente, de inclusão social das vítimas de acidentes que trabalham conosco na parte de educação", explicou.
A delegada chamou atenção para a redução do número de mortes em acidentes de trânsito no estado do Rio de Janeiro, que chega a 53% segundo números do DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) , responsável pelo seguro de familiares das vítimas de acidentes.
O número de indenizações desse tipo caiu de 5.173 em 2008 para 2.547 em 2018.
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