A organização não governamental Human Rights Watch alertou nesta quinta-feira (4) que a conjunção de fatores, como falta de comida e escassez de alimentos, gera na Venezuela uma “emergência humanitária complexa”. Segundo a entidade, a Organização das Nações Unidas (ONU) deve dar uma “resposta forte”.
Declarar oficialmente que na Venezuela há uma “emergência humanitária complexa” é um princípio técnico da ONU que permitiria desbloquear a mobilização de recursos humanos e materiais suficientes para atender às necessidades urgentes dos venezuelanos.
O relatório "A emergência humanitária na Venezuela: uma resposta em grande escala da ONU é necessária para enfrentar a crise de saúde e alimentos", de 73 páginas, elaborado por especialistas e médicos da Faculdade de Saúde Bloomberg Public, da Universidade Johns Hopkins, e da Human Rights Watch, reúne uma série de detalhes sobre a situação no país.
"Por mais que eles tentem, as autoridades venezuelanas não podem esconder a realidade do país", disse Shannon Doocy, PhD e professor associado de Saúde Internacional na Escola Bloomberg de Saúde Pública, da Universidade Johns Hopkins, que conduziu a investigação.
No estudo, há informações sobre os níveis de mortalidade materna e infantil, surtos de doenças que poderiam ser prevenidas com a vacinação, como o sarampo e a difteria, e aumentos drásticos na transmissão de doenças infecciosas, como a malária e a tuberculose.
O relatório adverte que tais dados indicam ainda a existência de elevado nível de insegurança alimentar e desnutrição infantil, bem como alta proporção de crianças internadas em hospitais com desnutrição.
"O colapso absoluto do sistema de saúde da Venezuela, combinado com a escassez generalizada de alimentos, está exacerbando o calvário que os venezuelanos estão vivendo e colocando mais pessoas em risco. Precisamos da liderança da ONU para ajudar a acabar com esta grave crise e salvar vidas”, apelou Doocy.
Em março, a Federação Internacional da Cruz Vermelha anunciou que aumentaria sua presença na Venezuela para cobrir as necessidades de 650.000 pessoas. Dados não oficiais indicam que aproximadamente 7 milhões de venezuelanos precisam de ajuda.
A ONG recomenda que o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) aborde o caso venezuelano como prioritário para exigir a mobilização de esforços e recursos de assistência humanitária em grande escala.
A entidade sugere ainda que as autoridades venezuelanas publiquem dados oficiais sobre doenças, epidemiologia, segurança alimentar e nutrição, para que a ONU possa avaliar de forma completa as necessidades humanitárias e a magnitude real da crise.
Mais de 150 pessoas, entre especialistas, profissionais de saúde, assistentes sociais, professores e líderes comunitários foram ouvidos na elaboração do estudo divulgado hoje (4).
Este conteúdo é exclusivo para assinantes JC
Não localizamos uma assinatura ativa do JC para esta conta.
Para acessar este e outros conteúdos exclusivos, assine aqui.
Seu e-mail não é {{ email }} ou precisa trocar de conta?
Entre novamente.
{{ signinwall.metadata.blocked_text }}
Já é assinante?
Selecione o seu plano
{{ plans.first.name }}
R$ {{ plans.first.formatted_price }} /{{ plans.first.subscription_type }}
{{ plans.first.paywall_description }}
{{ plans.second.name }}
R$ {{ plans.second.formatted_price }} /{{ plans.second.subscription_type }}
{{ plans.second.paywall_description }}
{{ plans.third.name }}
R$ {{ plans.third.formatted_price }} /{{ plans.third.subscription_type }}
{{ plans.third.paywall_description }}
Pagamento
Assinatura efetuada com sucesso!
Agora você tem acesso a todo o conteúdo do nosso portal!
voltar para o conteúdoNão foi possível realizar sua assinatura.
Por favor, verifique as informações de pagamento e tente novamente.