INTEGRAÇÃO

MPF realiza debate sobre acolhimento de refugiados e migrantes

O objetivo do encontro é dar um suporte melhor às pessoas que chegam de outros países

Pedro Guilhermino Alves Neto
Pedro Guilhermino Alves Neto
Publicado em 10/04/2019 às 13:41
Felipe Ribeiro/ JC Imagem
FOTO: Felipe Ribeiro/ JC Imagem

Em meio a crises migratórias, o Recife sedia até esta quinta-feira (11), debates sobre questões como acolhimento e integração de refugiados e migrantes. A iniciativa é do Ministério Público Federal e o evento é realizado no auditório da Universidade Católica de Pernambuco.

Através de um simpósio e dez oficinas, estão sendo oferecidos treinamentos para agentes públicos, representantes da sociedade civil e do sistema de justiça que trabalham diretamente na atenção a refugiados e migrantes.

O objetivo é dar um suporte melhor às pessoas que chegam de outros países, geralmente com muita dificuldade, por questões culturais, linguísticas e também por não possuir acesso a documentações e direitos.

Confira os detalhes na matéria de Thiago Barreto:

Mas, antes de tudo, será que todo mundo sabe a diferença entre os termos refugiado e imigrante? Quem explica é o diretor da Escola Superior do Ministério Público da União e representante da Rede de Capacitação, João Aquira Homoto. “O migrante é alguém que busca outro país por vários motivos, seja por estudo, para encontrar a família ou por motivo econômico. O refugiado sai de uma situação de algum risco pessoal e ingressa em outro país e declara que por algum motivo, que ele precisa de alguma proteção do país em que se encontra”, informou.

Para João Aquira Homoto, apesar do Brasil já ter leis que favorecem a entrada de refugiados e migrantes, também é necessário atuar na inclusão dessas pessoas na sociedade. “O Brasil aprovou em 1997 uma lei de refugiado. Aprovou em 2017 uma lei de migrações e precisa construir as suas políticas de acolhimento, de ascensão, de recepção e de integração de refugiados imigrantes”, afirmou.

Um questionamento feito por muitos brasileiros é o de que pessoas que vem de fora do país tomam a vaga de emprego de quem é daqui mesmo. Mas de acordo com João Aquira Homoto, é preciso entender que refugiados também são capacitados para ocupar vagas no mercado de trabalho. Além disso, o número de brasileiros que residem em outros países é muito maior do que o de estrangeiros vivendo no Brasil. “Muitos são bem qualificados, falam dois ou três idiomas e é importante que a gente tenha essa clareza de que a sociedade brasileira pode acolher. O número de refugiados imigrantes que o Brasil recebe, comparado com os números de fluxo migratórios no mundo é muito baixo. Nós temos mais brasileiros fora do Brasil do que de migrantes no Brasil”, finalizou.