O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse nesta quinta-feira (11) que os militares do Exército acusados de atirar contra um carro na zona oeste da capital fluminense, matando uma pessoa e ferindo duas, agiram de forma “incompetente e inapropriada”. Para ele, os militares erraram muito.
“Quando o Exército determinou a prisão, sinalizou que aqueles militares, de forma incompetente e inapropriada, erraram e erraram muito, vindo a assassinar pessoas inocentes”, disse Witzel.
Na noite da segunda-feira (8), no entanto, o governador do Rio de Janeiro disse que não caberia a ele “fazer juízo de valor e nem muito menos tecer qualquer crítica a respeito dos fatos”.
“Não sou juiz da causa. Não estava no local. Não era a Polícia Militar. Quem tem que avaliar todos esses fatos é a administração militar. Não me cabe fazer juízo de valor e nem muito menos tecer qualquer crítica a respeito dos fatos. É preciso que a auditoria militar e a Justiça Militar e o Exército faça as devidas investigações. E eu confio nas instituições”, afirmou Witzel.
Para o governador, o caso mostra que os protocolos de patrulhamento do Exército precisam ser modificados. “Esses jovens conscritos não têm a experiência que têm nossos policiais militares. Precisa, evidentemente, essa adequação para que não tenhamos mais esse tipo de erro”, disse, completando que o trabalho de dizer o que é suspeito ou não é função da polícia.
Nove militares são acusados de efetuar vários disparos, na tarde de domingo (7) contra um carro onde estava uma família. O motorista Evaldo dos Santos Rosa, um músico de 51 anos, morreu no local. O sogro dele, Sérgio Araújo, que estava no banco do carona, ficou ferido com tiros nas costas e nos glúteos. A mulher de Evaldo e seu filho, que estavam no banco traseiro, não ficaram feridos. Um pedestre, que tentou ajudar a família, também ficou ferido.
Inicialmente, os militares disseram que foram atacados por criminosos e que responderam à agressão. De acordo com a versão dos militares que estavam no local, Evaldo e Sérgio eram criminosos.
Ao fazer a perícia no local, a Polícia Civil descobriu que as vítimas não eram criminosos e não estavam armados. No dia seguinte, o Exército decretou a prisão em flagrante de dez dos 12 militares que estavam na guarnição envolvida no episódio, ao verificar inconsistências nas versões do fato.
Nesta quarta-feira (10), a Justiça Militar decretou a prisão preventiva de nove desses dez militares. Segundo Witzel, ele só decidiu se pronunciar agora porque, com a prisão preventiva, já há, de acordo com o governador, indícios suficientes de autoria do crime.
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