CPPL CONVERSA

Alienação parental é uma forma sutil de abuso emocional, diz psicóloga

A psicóloga Bruna Vaz falou sobre as consequências da alienação parental no desenvolvimento da criança

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 11/06/2019 às 17:36
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FOTO: Reprodução/Internet

Na coluna CPPL Conversa do Rádio Livre desta terça-feira (11), a psicóloga do Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem (CPPL), Bruna Vaz, afirmou que a alienação parental é uma forma de abuso emocional.

“A alienação parental é uma forma muito sutil de abuso emocional (...) Você termina querendo se vingar daquele outro, você termina atingindo a criança”, explicou.

A alienação parental ocorre quando os responsáveis pela formação de uma criança ou adolescente tentam interferir na formação psicológica dos menores e, geralmente, o objetivo da conduta é prejudicar o vínculo da criança ou do adolescente com a outra parte responsável pelo menor.

Segundo a psicóloga, as figuras parentais são importantes para o desenvolvimento de qualquer criança e a prática acaba transformando o outro lado, pai ou mãe, em um estranho. “Se, diante de uma separação ou até num relacionamento dentro de casa difícil, em que há uma desconstrução da figura do outro, como é que a criança vai conseguir construir um lugar de referência com essas pessoas?”, questionou. “A criança vai começar a se sentir motivada a se afastar”, completou Vaz.

Alienação parental é crime

A Lei da Alienação Parental (Lei 12.318) foi sancionada em 2010 e, para além das questões jurídicas, Bruna Vaz fala das consequências da prática no desenvolvimento da criança. “Causa sofrimentos terríveis e, às vezes, passa a vida inteira na cabeça daquela pessoa que era criança e hoje em dia é adulto. O que a gente vive durante a infância permanece na nossa cabeça e vai construindo um pouco quem vamos nos transformar”, alertou.