A 21ª edição do Festival Recife do Teatro Nacional tem como tema “A Resistência da Arte Nordestina e a Arte Nordestina de Resistir”. O evento começa neste sábado (16) e segue até o dia 24 de novembro. Ao todo, vão ser apresentados doze espetáculos, entre produções nacionais e pernambucanas, em vários locais da cidade.
O diretor de teatro e coordenador do festival, Romildo Moreira, conta que o evento contempla diferentes gêneros das produções cênicas, mas que, desta vez, a programação vai ter um destaque especial para a contribuição nordestina ao teatro brasileiro.
Para abrir a programação de espetáculos, o evento presta homenagem a um dos principais representantes da cultura nordestina, o cavaleiro armorial Ariano Suassuna. Segundo Romildo Moreira, nos dias 23 e 24 uma montagem da peça o Alto da Compadecida será encenada com uma nova vesão. “São cariocas que estão fazendo uma visita à obra de Ariano Suassuna. E mais nordestino do que Ariano, impossível”, disse.
Além de Ariano, a atriz Lúcia Machado também vai ser uma das homenageadas. Com diversos serviços prestados ao teatro recifense, Lúcia foi integrante e uma das fundadoras da Companhia Teatro de Seraphim. O coordenador do festival fala sobre a importância da homenagem. “Ela além de ser atriz, ela foi gestora pública, coordenadora de cursos de teatro (...) E ela tem também, como atriz, uma participação fundamental na encenação do teatro do Recife”, destacou.
A 21ª edição do Festival Recife do Teatro Nacional, é uma realização da prefeitura do recife, por meio da secretaria de cultura e da fundação de cultura cidade do recife.
Os ingressos serão vendidos nas bilheterias dos teatros, por R$ 20 (R$ 10 meia entrada).
Confira a programação:
ARIANO – O CAVALEIRO SERTANEJO
Companhia Os Ciclomáticos (RJ)
Dias 16 e 17
Teatro Luiz Mendonça, às 20h
O espetáculo, em comemoração aos 22 anos de existência da Companhia Os Ciclomáticos, é uma viagem nas vivências populares tão presentes na obra de Ariano Suassuna, tais como: o cancioneiro, o sertanejo, o repente, o forró, o movimento armorial, o mamulengo, prestando assim uma homenagem à cultura popular nordestina.
Texto e direção: Ribamar Ribeiro
Elenco: Carla Meirelles, Getúlio Nascimento, Julio Cesar, Nívea Nascimento, Renato Neves e Fabíola Rodrigues.
Músicas: Getúlio Nascimento
Cenografia: Getúlio Nascimento e Cachalote Mattos
Iluminação: Mauro Carvalho.
Sonoplastia: Getúlio Nascimento e Ribamar Ribeiro
Fotos: Zayra Lisboa
OPÁ, UMA MISSÃO
Duas Companhias (PE)
Dia 17, às 18h
Teatro Hermilo Borba Filho
O monólogo interpretado por Lívia Falcão traz à cena a Palhaça Zanoia, uma benzedeira antiga, que recebeu de suas antepassadas a missão de rir de si mesma nas “sete direções”: Leste, Oeste, Norte, Sul, Acima, Abaixo e Dentro. Cumprindo essa missão, Zanoia encontrará a dádiva-diamante escondida em seu corpo.
Dramaturgia e roteiro: Silvia Goes
Fragmentos de textos das peças: “Caetana”, “Esse Estranho Desejo” e “Divinas”
Provocação artística e direção em Palhaçaria: Andréa Macera
Desenho e operação de luz: Natalie Revoredo
Operação de som: Hugo Coutinho
Figurino e maquiagem: Fabiana Pirro e Lívia Falcão
Desenho do cenário: Nara Menezes / Confecção: Mário Almeida
Documentário em construção: Déa Ferraz
MAR DE FITAS NAU DE ILUSÃO
Grupo Imbuaça Produções Artísticas (SE)
Dia 19, às 20h
Teatro Luiz Mendonça
Celebração à cultura popular e à arte que emana das ruas, o espetáculo usa conto, canto e dança para apresentar a trajetória estética e histórica do Grupo até os dias atuais, evocando mestres, dramaturgos, personagens, diretores, brincantes e todo mundo que contribuiu com os quarenta e dois anos de existência do grupo.
Roteiro e direção geral: Iradilson Bispo
Elenco: Humberto Barreto, Amadeu Pereira, Iradilson Bispo, Lindolfo Amaral, Lidhiane Lima, Manoel Cerqueira, Priscila Capricce, Rosi Moura e Talita Calixto
Direção musical: Humberto Barreto
Direção de arte: Iradilson Bispo
Operação de som: Fábio Eduardo
Contrarregragem: Ari Pereira e Rogers Nascimento
Coordenação geral: Lindolfo Amaral
A PELEJA DE LEANDRO NA TRILHA DO CORDEL
Grupo Imbuaça Produções Artísticas (SE)
Dia 20, às 20h
Teatro Luiz Mendonça
O espetáculo mistura ficção e realidade para narrar a vida de um dos inventores da literatura de cordel, o poeta paraibano Leandro Gomes de Barros. A encenação, suave e brincante, conta a história do cordelista, misturada com as muitas histórias que ele criou.
Dramaturgia: Iradilson Bispo, Lindolfo Amaral e Manoel Cerqueira
Direção: José Ros
Elenco: Carlos Wilker, Amadeu Pereira, Lindolfo Amaral, Iradilson Bispo, Humberto Barreto, Lidhiane Lima, Manoel Cerqueira, Rosi Moura e Talita Calixto
Cenografia, coreografia e designer: Iradilson Bispo
Figurino: Adereços e maquiagem: José Rosa
Técnico de som: Cristiano Andrade
Produção executiva: Lindolfo Amaral
CARTAS
Coletivo Caverna (PE)
Dia 20, às 19h
Teatro Hermilo Borba Filho
Unindo correspondências trocadas entre dois intelectuais brasileiros, Hermilo Borba Filho e Osman Lins, no período de 1965 a 1976, a peça retrata a tessitura poética e imagética do livro “Guerra sem Testemunhas”, assim como referências a outras obras de Osman Lins. Revela angústias sobre mercado editorial, questões sociais e de trabalho, partilhadas entre os dois amigos, nas constantes cartas que trocavam.
Direção: Luiz Manuel
Elenco: Fabiana Pirro, Cláudio Lira e Paulo de Pontes
Assistente de direção: Gabriel de Godoy
Iluminação: João Guilherme
Trilha sonora: Alexandre Salomão
Edição de vídeo: Gabriel de Godoy
Figurino: Giselle Cribari
Cenografia: Coletivo Caverna
PÁ(IDEIA) – PEDAGOGIA DA LIBERTAÇÃO
Coletivo Grão Comum (PE)
Dia 21, às 19h
Teatro Hermilo Borba Filho
A obra retrata a prisão e o interrogatório do mais notório educador de todos os tempos no Brasil, unindo os temas da educação e das filosofias pedagógicas vivenciadas na Pedagogia da Libertação criada pelo educador Paulo Freire.
Texto e direção: Júnior Aguiar
Elenco: Daniel Barros e Júnior Aguiar
Operação de áudio e luz: Moacir Lago
Vídeo: Ricardo Maciel
Maquiagem: Luana Barbosa
Identidade visual: Arthur Canavarro
Fotos: Rogério Alves, Amanda Pietra e Diego di Niglio
APENAS O FIM DO MUNDO
Grupo Magiluth (PE)
Dia 22, às 20h
Teatro Luiz Mendonça
A mais recente criação do Grupo Magiluth apresenta um homem, ausente há bastante tempo, que retorna à casa da família para dar a notícia de sua morte próxima. O reencontro se dá em um domingo, ou ainda, ao longo de quase um ano inteiro.
Dramaturgia: Jean-Luc Lagarce / Tradução: Giovana Soar
Direção: Giovana Soar e Luiz Fernando Marques Lubi
Elenco: Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Mário Sergio Cabral e Pedro Vagner
Desenho de luz: Grupo Magiluth
Direção de arte e design gráfico: Guilherme Luige
TRILOGIA DO FEMINICÍDIO
Criativo Soluções (PE)
Dia 22, às 20h
Teatro Barreto Júnior
Constituído por três peças, “Coisas que acontecem no Quintal”, “Triz” e “Aparecida”, o espetáculo é baseado em histórias reais de violências contra a mulher, denunciando o feminicídio e as diversas formas de violência que vitimam mulheres de diferentes contextos sociais cotidianamente.
Concepção, texto e direção geral: Eric Valença
Elenco: Gheuza Senna (Aparecida); Nínive Caldas e Laís Vieira (Triz) e Tati Azevedo (Coisas que Acontecem no Quintal)
Projeto de luz e operação: Luciana Raposo
Assistência e direção de movimentos: Lili Rocha
Figurino: Marc Andrade e Carol Monteiro
Trilha sonora: Sonic Junior
Produção: Danilo Carias / Criativo Soluções
SENHOR VENTILADOR
Grupo Bagaceira (CE)
Dias 23 e 24, às 16h30
Teatro Barreto Júnior
A peça infantil do Grupo Bagaceira, de Fortaleza conta, somente com gestos, uma história sobre amizade, envelhecimento, apego e sobre o que pode e o que não pode ser descartado, num espetáculo poético e divertido.
Roteiro, direção e sonoplastia: Yuri Yamamoto
Elenco: Yuri Yamamoto e Ricardo Tabosa
Assistência de direção: Rafael Martins
Cenário e figurino: Yuri Yamamoto
Iluminação: Tatiana Amorim
Produção: Rogério Mesquita
O AÇOUGUEIRO
Alexandre Guimarães Produções (PE)
Dia 23, às 19h
Teatro Hermilo Borba Filho
O Açougueiro é uma história de amor no Sertão nordestino, mostrando o lado sombrio dos sentimentos humanos. Trata-se de um monólogo recifense que aborda temas como discriminação de gênero, intolerância e feminicídio, através de nove personagens interpretados pelo ator Alexandre Guimarães, que recorre a toadas, aboios e demais manifestações da cultura popular.
Texto e direção: Samuel Santos
Intérprete: Alexandre Guimarães
Figurino: Agrinez Melo
Preparação vocal: Nazaré Sodré
Maquiagem: Vinícius Vieira
Operação de luz: Nardônio Almeida
AUTO DA COMPADECIDA
Texto de Ariano Suassuna e montagem do Grupo Maria Cutia (MG)
Dias 23 e 24, às 20h
Teatro Santa Isabel
O espetáculo narra as aventuras picarescas de João Grilo e Chicó, que começam com o enterro e o testamento do cachorro do padeiro, acabando em uma epopeia milagrosa no Sertão, envolvendo o clero, o cangaço, Jesus, Maria e o Diabo.
Concepção e direção geral: Gabriel Villela
Elenco: Leonardo Rocha, Hugo da Silva, Mariana Arruda, Dê Jota Torres, Malu Grossi, Marcelo Veronez e Polyana Horta
Direção musical: Babaya, Fernando Muzzi e Hugo da Silva
Cenário e figurino: Gabriel Villela
Pintura de arte: Rai Bento
Iluminação: Richard Zairae Pedro Paulino
Consultoria de sonorização: Vinícius Alves
ORDINÁRIOS
LaMínima Circo e Teatro (SP)
Dia 24, às 20h
Teatro Luiz Mendonça
Em algum lugar, três soldados formam um pelotão improvável. Diante da angústia da espera, esmeram-se em treinamentos, até finalmente receberem uma missão. Quanto mais avançam pelo território inimigo, ficam evidentes os segredos que um esconde do outro e o quanto são inadequados para o mundo da guerra.
Texto: Newton Moreno
Roteiro: Newton Moreno, Álvaro Assad e LaMínima.
Direção: Álvaro Assad
Elenco: Fernando Paz, Fernando Sampaio e Felipe Bregantim.
Direção musical: Marcelo Pellegrini
Iluminação: Marcel Alani
Figurino e visagismo: Carol Brada
Direção de produção: Luciana Lima
Produção executiva: Priscila Cha