Em entrevista ao Passando a Limpo desta quarta-feira (18), o líder empresarial e ex-senador, Armando Monteiro Neto (PTB), defendeu a adoção de medidas ousadas para combater o momento de crise causado pela pandemia do coronavírus. Segundo Armando, o governo brasileiro não vai superar este momento adotando medidas tradicionais e de alcance limitado. Na segunda-feira (16), o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou um pacote emergencial de R$ 147,3 bilhões para reagir ao impacto do Covid-19 na economia.
"Eu acho que as medidas até agora tem um alcance limitado. É preciso ampliar os gastos, usar o dinheiro nesse momento instável para colocar na mão das pessoas. O Brasil não pode imaginar que vai sair dessa crise com medidas tradicionais, de contenção na área fiscal. Nessa hora o governo federal tem que gastar. Agora é claro que é preciso ter pontaria e focalizar esse gasto. Ou seja, liberar fundo de garantia, antecipar pagamento do 13º dos aposentados, antecipar os bônus. Tudo isso é importante porque injeta recursos”, disse.
Ele ainda apontou medidas necessárias para beneficiar as pessoas que se encontram no trabalho informal. “Temos que olhar também aqueles que estão na informalidade e que não tem renda oficial, consequentemente, não podem ser beneficiados por essas medidas. Por isso, o governo deve pegar essa fila que está no Bolsa Família e colocar essas pessoas para dentro do programa. Hoje, temos 3 milhões de pessoas na fila. Portanto, tem que colocá-las para dentro do programa porque essas pessoas são em grande maioria, pessoas que estão sem renda”, apontou.
Com relação às micros e pequenas empresas, visando a manutenção dos empregos formais, Armando destacou medidas importantes, entre elas, a ampliação do seguro-desemprego. “Você suspende o contrato de trabalho durante um período, mas coloca essas pessoas em condições de receber o benefício, que é o seguro-desemprego. O governo tem que combinar várias medidas, como a suspensão do pagamento de tributos, uma linha de crédito muito mais ampla do que essa que foi divulgada, porque R$ 5 bilhões não é nada, considerando a dimensão que desse setor da micro e pequena empresa do Brasil”, afirmou Armando Monteiro.
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