SAÚDE

Coronavírus: Voluntários produzem protetores faciais para profissionais de saúde

Atualmente, os voluntários produzem de 10 a 15 protetores faciais por dia, mas a produção em larga escala já está sendo programada

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 26/03/2020 às 15:01
Jailton Junior/JC Imagem
FOTO: Jailton Junior/JC Imagem

Com informações de Leonardo Baltar e do JC Online

Um grupo de voluntários criaram protetores faciais para profissionais de saúde que trabalham no combate ao novo coronavírus no Recife. Utilizando plástico ABS e folha de acetato, que são cortadas e entregues por uma empresa parceira, os alunos criaram um face shield, uma espécie de máscara que protege completamente o rosto. Ou seja, o equipamento evita que gotículas de saliva de pacientes contaminados tenham contato com áreas expostas do rosto e até mesmo com as máscaras descartáveis.

Os protetores podem ser higienizados e reutilizados quantas vezes for necessário. Normalmente, os profissionais de saúde utilizam máscaras descartáveis, óculos e toucas, além de luvas, mas parte do rosto fica descoberta, como a testa, parte da bochecha e embaixo dos olhos. O protetor criado pelos alunos é uma alternativa em tempos de dificuldade de encontrar Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

Segundo Victor Gabriel, que é voluntário no projeto e estudante de Engenharia de Controle de Automação na Universidade de Pernambuco (UPE), o grupo está produzindo de 10 a 15 máscaras diariamente em uma impressora 3D fornecida pela UPE. Cada máscara leva de 3 a 4h para ficar pronta.

Composição dos protetores

O protetor é composto por três partes: uma sustentação impressa na impressora 3D, a parte que protege o rosto, que é feita com as folhas de acetato e o elástico que fixa o EPI na cabeça. A parte impressa é feita de um material chamado ABS, um plástico derivado do petróleo, largamente utilizado por quem trabalha com impressões 3D.

Distribuição nos hospitais

Até o momento, apenas 12 equipamentos destes foram entregues a profissionais do Hospital Getúlio Vargas (HGV). Para atender todo o quadro de funcionários do HGV, por exemplo, que necessitam desse EPI são necessários 540. Por enquanto, a produção é lenta, mas o grupo já se articula para conseguir produzir em escala industrial e chegar também a outros hospitais do Recife.

A partir dos protótipos criados pelos voluntários do Hardware PE, máquinas do Parque Tecnológico de Eletroeletrônicos e Tecnologias Associadas de Pernambuco (Parqtel), uma iniciativa do Governo de Pernambuco, ligado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, localizado na Várzea, na Zona Oeste do Recife, vão produzir os moldes para que os equipamentos sejam feitos em larga escala.

Ouça o flash de Leonardo Baltar: