Durante pronunciamento nacional em cadeia de rádio e TV na noite desta terça-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a distorcer alguns trechos de falas de Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre a situação econômica dos grupos mais vulneráveis devido a pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro afirmou que há muitas pessoas que têm que trabalhar todos os dias e que essa população precisa ser levada em conta pelo governo.
Pelas redes sociais, o diretor-presidente da OMS, sem citar o presidente brasileiro, se manifestou na tarde desta terça (31), afirmando que pessoas sem renda merecem ter a dignidade garantida. Além disso, ele convocou os países a desenvolverem políticas que forneçam proteção econômica a essas pessoas.
Com um tom mais brando, sem críticas mais duras contra o isolamento social, o presidente destacou que as medidas preventivas contra a covid-19 precisam ser implementadas de “forma racional”. “O efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior que a própria doença", completou.
Criticado em outros pronunciamentos por chamar a covid-19 de “gripezinha” e “resfriadinho”, na fala desta terça (31) Bolsonaro mudou a abordagem e ressaltou que “o vírus é realidade.” "Determinei ao nosso Ministério da Saúde que não poupasse esforços apoiando através do SUS todos os estados do Brasil, aumentando a capacidade da rede de saúde e preparando-a para o combate a pandemia. Assim estão sendo adquiridos novos leitos já com respiradores equipamentos de proteção individual, kits para testes e demais insumos necessários", disse.
O presidente citou o auxílio de R$ 600 para trabalhadores autônomos e informais - aprovado nesta segunda-feira (30) pelo Senado Federal, linhas de crédito para empresas, congelamento do ajuste dos medicamentos por 60 dias e a inclusão de mais de 1.200 pessoas no Bolsa Família.
"Temos uma missão: salvar as vidas sem deixar para trás os empregos. Por um lado, temos que ter cautela e precaução com todos, principalmente junto aos mais idosos, e portadores de doenças preexistentes. Por outro temos que combater o desemprego que desce rapidamente em especial entre os mais pobres", disse Bolsonaro.
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