Numa solenidade rápida, o presidente nomeou e empossou o delegado Rolando Alexandre de Souza no cargo de diretor-geral da Polícia Federal, nesta segunda-feira (4). Imediatamente, Rolando Alexandre nomeou o delegado Carlos Henrique Oliveira para ser o diretor-executivo da Polícia Federal, que era superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, região de interesse da família Bolsonaro.
- Sergio Moro presta depoimento à Polícia Federal neste sábado (2)
- STF: ministro Celso de Mello abre inquérito para investigar declarações de Moro contra Jair Bolsonaro
- Sergio Moro anuncia saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública
- Ministro do STF suspende a nomeação de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal
- "A Polícia Federal não deveria estar numa situação de desproteção", diz presidente da associação de delegados da PF
- Maurício Valeixo não é mais de diretor-geral da Polícia Federal
A estratégia do novo diretor-geral da Polícia Federal de promover o delegado Carlos Henrique seria uma tentativa de não dar a entender que ele cedeu às pressões do presidente Jair Bolsonaro de tirar Oliveira de perto das investigações do filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro. Ainda não foi divulgado o nome de quem irá substituir Carlos Henrique.
Rachadinha de Flávio Bolsonaro
O senador é apontado pelo Ministério Público como chefe de uma organização criminosa que atuava dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro num esquema conhecido como rachadinha, que é quando os funcionários recebem os salários mas devolvem parte dos vencimentos aos chefes, neste caso, o então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, pediu demissão do cargo porque o presidente Jair Bolsonaro queria interferir no comando da Polícia Federal. Bolsonaro chegou a nomear para a direção-geral da corporação o delegado Alexandre Ramagem, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, não permitiu. O novo diretor-geral era subordinado de Ramagem e tido como braço-direito dele.